Pesquisadores apresentam resultados de estudo sobre cotas raciais

Na manhã desta terça-feira, 5, o Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas (GEPP), da Faculdade de Serviço Social, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (FASSO/UERN), promoveu a sessão aberta Luiza Mahin para apresentar o resultado do survey (pesquisa) sobre cotas raciais na Universidade. O encontro ocorreu no auditório da Fasso, no Campus Central da Uern, e reuniu professores e estudantes de Serviço Social, História e Pedagogia.

A pesquisa “Quem são, onde estão e o que dizem de si os estudantes negros do Campus Central da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)” é da bolsista PIBIC/CNPq/UERN, Thaysa Lobo, e da mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Direitos Sociais (PPGSSDS) da UERN, Gabriela Soares, orientadas pela Profª. Dra. Maria Ivonete Soares Coelho.

A aplicação da survey ocorreu na V Semana de Ciência, Tecnologia e Inovação da UERN, realizada entre os dias 23 e 27 de outubro de 2017, e contou com a participação de 202 estudantes dos campi de Mossoró, Assú, Pau dos Ferros, Patu, Natal e Caicó. Segundo Thaysa Lobo, além de colher a opinião sobre as cotas raciais nas universidades e na UERN, a enquete possibilitou a formulação de um perfil sociodemográfico dos estudantes.

De acordo com os dados, pouco mais de 55% dos participantes disseram ser negros, considerando a categoria adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para definir os sujeitos que se identificam como pretos ou pardos. Referente à discussão sobre a política de cotas raciais nas universidades e sobre sua adoção pela UERN, 75% dos estudantes colocaram-se favoráveis à política de cotas raciais.

“Os dados nos surpreenderam de forma positiva, pois esperávamos encontrar maior resistência às cotas”, comenta Thaysa Lobo. Gabriela Soares observa ainda que durante a aplicação dos questionários, muitos estudantes fizeram questionamentos e confusões entre as cotas que a UERN já possui (Cota Social e para Pessoa com Deficiência) e as cotas raciais. “Ainda assim, a maioria dos entrevistados afirmou ser favorável às cotas, inclusive muitos dos que não se declararam negros”, observa.

A sessão desta terça-feira fecha um ciclo de discussão iniciado ano passado, com sessão aberta com a participação da professora Zelma Madeira, que debateu a inserção de cotas sociais como condição da presença negra nas universidades. O próximo passo dessa discussão é cruzar os dados das pesquisas dos estudantes com os números do ID UERN para ver a necessidade de cotas raciais para a Universidade.

Ainda com vistas a ampliar essa discussão, durante o encontro foi assinada uma moção de proposição que será entregue à gestão, a fim de que ela possa criar uma comissão para pensar o modelo de cotas raciais para a Universidade.

A sessão temática contou com a presença da coordenadora e vice-coordenadora do PPGSSDS, Fernanda Marques e Márcia Castro, respectivamente; da diretora de Registro e Controle Acadêmico (DIRCA), Cicília Maia; da diretora de Políticas e Ações Inclusivas (DAIN), Ana Lúcia Aguiar; diretores de cursos e unidades, além da representante do Juizado da Violência contra a Mulher, Helena Leite; do deputado estadual Fernando Mineiro, representado por Tércio Pereira; da deputada estadual Larissa Rosado, representada por Nestor Gomes; e do vereador Francisco Carlos.