O Trabalho de Conclusão do Curso de Bacharel em Ciência da Computação, da concluinte Mariêta Cunha do Nascimento, do Campus de Natal, orientado pelos professores Carlos André Guerra Fonseca e Luiz Marcos G. Gonçalves, que recebeu nota 10 com louvor da banca examinadora, já se encontra disponível para download em e-book (ISBN 978-85-7669-292-8), com os anais do 5º Workshop de Robótica em Educação (WRE 2014), realizado em São Carlos/SP, em outubro. Este é o artigo apresentado no Congresso Internacional: http://www.natalnet.br/wre2014/index.php?page=proceedings
O trabalho relata a construção de um robô de baixíssimo custo, utilizando o Arduino, a Ponte-H L293D e materiais alternativos; visando sua utilização como ferramenta educacional para motivação, reforço e mediação na construção e ampliação do conhecimento no processo de ensino-aprendizagem dos alunos do 6º e 7º ano do ensino fundamental na Escola Estadual Professor Luís Soares, em Natal.
“Os estudantes estavam desmotivados e com baixo rendimento escolar principalmente em matemática. Propomos, de forma pioneira no RN, uma oficina de Robótica realizada com a escola e o Projeto Mais Educação. A oficina foi desenvolvida no turno oposto às aulas normais. E o uso da robótica se mostrou um eficiente recurso educacional, contribuindo para motivar os alunos a adquirir novos conhecimentos e melhorar seu desempenho intelectual. A melhora foi superior a 100%, de acordo com os questionários, observações e a avaliação elaborada e realizada pelo professor titular de matemática, disciplina que é nosso foco principal neste trabalho”, contou a autora do projeto.
O projeto Mais Educação foi criado pelo governo federal visando implantar a escola de tempo integral, desta forma aproveitou-se a presença dos alunos na escola, no contraturno das aulas, para ofertar a oficina proposta. Foram utilizados os horários das aulas de informática, já que informática e robótica são áreas correlatas.
No início da oficina foi apresentado aos alunos seu cronograma de conteúdos e atividades a serem realizadas, deixando-os cientes da necessidade de que pesquisassem sobre os monumentos históricos do Corredor Cultural de Natal e estudassem matemática, pois esses assuntos seriam cobrados ao final da oficina em uma Competição de Conhecimento. Durante a oficina foram abordados conteúdos teóricos sobre robótica, matemática, história e geografia; sendo realizado ao final de cada aula, atividades práticas de construção de robôs móveis.
“A partir da utilização do robô como ferramenta pedagógica para contribuir com a aprendizagem dos alunos objetivou-se, através de atividades propostas nesta oficina, que de maneira lúdica os educandos solucionassem os problemas na prática usando raciocínio lógico, priorizando a reflexão, o trabalho em grupo, a criatividade, a cooperação, dentre outras. Com isso, os alunos tiveram condições de conduzir sua aprendizagem como sujeito do processo, valorizando sua autonomia e competências; estimulando a parceria, solidariedade, cooperação e respeito a individualidade de cada um”, relatou a autora do projeto.
Em cada aula, os alunos foram estimulados a estudar os assuntos referentes à robótica e a matemática; a pensar a partir de uma atividade prática e ao final apresentar aos colegas e discutir quais materiais eles iriam trazer para na aula seguinte. Isto tudo foram valiosas aprendizagens para alcançar o objetivo final; ou seja, a construção do robô e sua mediação na construção, ampliação e no reforço do conhecimento; o qual foi explorado no Campeonato do Conhecimento no encerramento da Oficina.
“Os primeiros robôs foram montagens simples, depois, gradativamente, atingiram um grau de maior complexidade, sendo incorporados motores, rodas, eixos, circuitos, pilhas e placa Arduino. O robô final foi controlado por comandos de linguagem de programação Arduino, é, portanto, um robô programável”, explicou.
No encerramento da oficina, foi realizado o “Campeonato do Conhecimento”, explorando conceitos de robótica e conteúdo das disciplinas de geografia, história, inglês e, principalmente, matemática.
Nesta competição de conhecimento utilizou-se como cenário uma réplica do corredor cultural de Natal. Iniciado o jogo, o robô desenvolvido na oficina percorreu este cenário, saindo de um ponto e parando em frente à imagem de um dos monumentos do corredor cultural. A cada parada, o aluno que estava no controle do robô tinha um minuto para dizer o nome e a data da fundação do monumento. Quando as respostas estavam corretas, ele tinha acesso ao cofre do monumento, no qual havia questões de matemática ou Robótica; caso acertasse a questão do cofre, ele ganharia um ponto e poderia fazer mais uma visita a outro monumento e depois passava a posse do robô para o outro grupo. Quando o grupo que estava controlando o robô não respondia corretamente, o próximo grupo tentava responder a questão em pauta, se acertasse, passaria a ter o controle do robô, se não acertasse perdia a chance de visitar o monumento e tudo voltava para o grupo anterior. Tudo se repetia até terminar as questões guardadas no cofre dos monumentos. No final, ganhou um prêmio quem contabilizou maior pontuação.
No desenrolar da vivência foi observado o interesse dos alunos, a sua interação, o seu crescimento em relação ao conhecimento, a sua criatividade, ao seu relacionamento e participação no grupo, a troca de informações e ajuda de um colega para com outro.
O trabalho de Mariêta, conforme se tem conhecimento, foi a primeira utilização da robótica entre o Projeto Mais Educação e uma escola em Natal; desta forma abriu-se um espaço para o uso desta ferramenta na instituição com um robô de baixíssimo custo, permitindo aos alunos carentes construir e usar seu robô em sala de aula.