FESTUERN terá apresentação de 28 grupos no Teatro Dix-huit Rosado

Considerado o maior festival de teatro escolar do Estado, o Festival de Teatro da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (FESTUERN) volta à cena nesta terça-feira, 18. Até sexta-feira, 28 grupos artísticos de escolas públicas e de Instituições de Ensino Superior (IES) subirão ao palco do Teatro Municipal Dix-huit Rosado para um encontro entre cultura e aprendizado.

A abertura oficial da 13ª edição do Festival ocorreu na tarde desta terça-feira, 18, com a presença de autoridades e representantes da UERN. O papel transformador do FESTUERN deu o tom do discurso da vice-reitora Fátima Raquel Rosado Morais, durante a cerimônia no Teatro Dix-huit Rosado.

“O Festival tem fundamental importância para a comunidade. Através da construção dos espetáculos, os alunos participantes têm contato com as artes, se envolvem com coisas saudáveis e aprendem a arte de conviver”, declara Fátima Raquel, destacando que a edição deste ano tem um sentimento especial. “Neste ano, atingimos mais de 100 mil pessoas que participaram do Festival desde a sua primeira edição. Os números coroam o 50° aniversário da UERN”, comemora.

“Se o papel da Universidade é transformar, o FESTUERN é um exemplo perfeito dessa transformação”, complementa o pró-reitor adjunto de Extensão, Fabiano Mendes. Para ele, o teatro escolar e a arte oferecem aos envolvidos a possibilidade do conhecimento diversificado do mundo. “É um novo olhar sobre o indivíduo e o grupo. O aluno aprende a dar o seu melhor, a se expor. Os espetáculos ajudam a melhorar a autoestima, a concentração, amplia o conhecimento, otimiza as noções de ética, respeito e convivência”, declara.

Leandro Neves volta ao palco do FESTUERN após 11 anos

Toda a teoria descrita por Fabiano Mendes, o ator Leandro Neves atesta na prática. Foi no FESTUERN, em 2007, que ele teve seu primeiro contato com o teatro. O que era brincadeira de criança enquanto estudante da Escola Estadual Dix-sept Rosado virou coisa séria, e a arte hoje faz parte da vida de Leandro, que também é graduando na UERN, no curso de Educação Física.

Onze anos depois, ele volta ao FESTUERN, integrando o grupo que apresentou o espetáculo de abertura, o “Circo Sem Futuro”. “Para mim, é um prazer muito grande voltar ao Festival, dessa vez mais maduro e como parte da UERN. É uma grande satisfação poder retribuir tudo que aprendi com o FESTUERN”, declara.

Com história semelhante, Maxson Ariton, estudante de Jornalismo da UERN, também ingressou no mundo artístico inspirado pelo FESTUERN. Ao subir ao palco no espetáculo de abertura “Circo Sem Futuro”, ele relembrou seu tempo de Festival enquanto aluno do Ensino Médio. “Participei do FESTUERN em 2006. É muito bom poder estar de volta”, declara.

Entre veteranos e reencontros, o Festival também é sempre oportunidade de estreias. A estudante Luzia Gurgel, do espetáculo “Circo Sem Futuro”, fala da emoção de participar pela primeira vez do evento. “É muito emocionante. Tive a oportunidade de conhecer mais profundamente o Festival e é uma satisfação muito grande trabalhar com o que eu gosto e em um evento tão importante”, declara.

TRANSFORMAÇÃO PARA A VIDA
As transformações proporcionadas pelo FESTUERN vão muito além das questões artísticas. O professor Alex Neves, da Escola Municipal Celina Guimarães Viana, declara que o Festival oportuniza o desenvolvimento dos estudantes tanto em sala de aula quanto na vida. “No processo de ensaio, o aluno é estimulado a trabalhar com temas relevantes, melhorar a leitura, desenvolver a criatividade, melhorar a convivência com o outro”, exemplifica.

A Escola Municipal Celina Guimarães Viana participa desde a primeira edição do FESTUERN, o que possibilita ao professor observar a evolução dos alunos ao longo de cada edição. “A mudança nos alunos que participam das peças é perceptível, tanto em comportamento quanto na atenção em sala de aula. Os alunos da Escola vivem em uma realidade próxima a drogas, tráfico e o Festival possibilita a eles a esperança de uma nova realidade”, comenta.

Dentro do tema geral do evento neste ano do Festival, a “Arte Conviver”, a Escola Municipal Celina Guimarães traz uma abordagem sobre a questão do respeito e tolerância com o espetáculo “Tá na Rua”, apresentado também na tarde desta terça-feira. O enredo conta a história do aluno Jeferson Nascimento, que interpreta a si próprio na peça.
O texto fala da aceitação a orientação sexual e o respeito às diferenças. “No palco, eu posso ser quem eu sou, sem os medos e o julgamento da vida real. É muito importante levar essa mensagem e espero que as pessoas compreendam a mensagem e pensem sobre o respeito e a arte de conviver”, declara.

FESTIVAL
Além dos espetáculos Circo sem Futuro e o Tá na Rua, a abertura do Festival contou com a apresentação da Fanfarra Abolição, grupo da Escola Estadual Jerônimo Rosado; e Hamlet na Inflexão Barroca de Morte e Vida Severina, com o grupo FALA Barroco, da Faculdade de Letras e Artes (FALA) da UERN.

De 19 a 21 de setembro haverá apresentações dos espetáculos das escolas participantes, nos horários da manhã, tarde e noite. Cerca de 500 pessoas, entre alunos e diretores de espetáculo, participarão desta edição. O evento envolve estudantes de escolas públicas dos municípios de Mossoró, Alto do Rodrigues, Pendências, Apodi, São Paulo do Potengi, Santa Cruz, Natal, Guamaré e Patu, além de grupos artísticos da UERN e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN).

“A UERN tem papel fundamental no Estado, especialmente no que diz respeito à formação de professores. No que diz respeito à formação cultural, o FESTUERN é mais uma ação entre outras da Universidade que proporciona à comunidade, em especial à escola pública, uma formação interdisciplinar, com envolvimento de educação e arte”, avalia o coordenador-geral do FESTUERN, Hallysson Dantas.

Neste ano, a programação do FESTUERN integra as atividades comemorativas ao aniversário de 50 anos da UERN.