Estudantes de Moçambique expõem suas experiências vivenciadas em dois meses na UERN

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação (PROPEG), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), promoveu na manhã desta sexta-feira (14) o evento “Relatos de Experiências sobre a Formação Científica de Estudantes de Moçambique” no Auditório da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (FAFIC). A solenidade contou com a presença da Pró-Reitora Adjunta da PROEG, Professora Ivoneth Soares.

O objetivo foi relatar as experiências dos estudantes de graduação e Moçambique, vivenciadas durante os dois meses na UERN. Os alunos foram selecionados pelo Programa de Incentivo à Formação de Estudantes de Angola e Moçambique (PFCM), edição 2014, em convênio entre a CAPES, Ministério de Relações Exteriores/Governo da República de Angola e Moçambique.

Para o Diretor de Pós Graduação e Coordenador Geral do Programa de Incentivo à Formação Científica de Estudantes de Angola e Moçambique, Prof. Dr. Josildo José Barbosa da Silva, ficou a experiência de uma troca de valores, troca de experiência na formação dos alunos da graduação, nossos planos de trabalhos propostos pelos professores, que foram plenamente atingidos. E finalmente, uma experiência bacana com um pessoal de uma região onde não temos muito contato, que é a África e a gente nota no semblante dos alunos que realmente eles atingiram aquilo que desejaram. Trocamos cultura, valores e o que resta é a experiência e que nos próximos anos possamos receber mais africanos para propiciar a eles e a gente essa riqueza que é a troca de conhecimento.

O intercâmbio para a formação científica de angolanos, moçambicanos e alunos de Cabo Verde, na África, de os todos países da língua portuguesa que a CAPES todo ano encaminha para que a Universidade oferte este intercâmbio científico no período de férias lá na Africa, que compreende o período de janeiro e fevereiro

Já a Prof. Dra. Cecília Maia, Diretora de Pesquisa da UERN, falou sobre o encerramento do Programa de Incentivo à Formação Científica de Estudantes e Angola e Moçambique. Disse que o programa busca incentivar a iniciação científica desses estudantes que se propuseram a tirar suas férias de estudante, passaram dois meses no Brasil na busca de realizar pesquisas, mais informações relacionadas às disciplinas correlatas ao curso de graduação que fazem em Moçambique e também pela característica da pesquisa aplicada nos laboratórios. Esse intercâmbio é promovido pela CAPES em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e a República de Moçambique e busca estabelecer a formação científica dos estudantes. E que analisado, de forma geral, este programa traz muito benefício para a Universidade, visto que a transferência de conhecimentos levam informações muito importantes para a Universidade.

Depoimentos dos estudantes Moçambicanos

Dario Mungoi, estudante em Engenharia de Computação, afirma: “[…] estamos na UERN desde 21 de janeiro deste ano. Nossa vivência na UERN tem sido uma experiência muito maravilhosa, pois tivemos orientadores, super atenciosos, mas acima dos aspectos técnicos, o mais importante foi a convivência com as pessoas nos laboratórios e conseguimos aprender muito com isso. Não tivemos problemas com o aspecto cultural, já que a nossa língua facilitou muito a nossa compreensão com os outros colegas. O sistema de aprendizado aqui é muito bom. Além das bases teóricas que os alunos têm, a prática também foi fundamental, pois só a teoria não é suficiente. Tudo que aprendemos nos serve, mas quando conseguimos conciliar a teoria com a prática, aprendemos a resolver problemas reais”, disse.

Lucas da Costa, estudante de Química, ressalta: “Estamos em Mossoró através de um programa de Iniciação Científica, via CAPES, que visa aperfeiçoar as qualidades do pessoal de ensino superior, e isto deu para sentir durante estes dois meses, porque aprendi muita coisa tanto na área científica quanto cultural. Quero dizer que estou muito grato por tudo, porque fomos calorosamente recebidos e de forma amorosa, convivemos com o restante do pessoal de Mossoró. Conheci muito professores, como estudantes que me ajudaram a aprofundar mais a minha pesquisa. E essa pesquisa será muito importante, porque não só vou terminar com ela aqui em Mossoró, mas vou levar essa experiência para Moçambique. É uma metodologia muito importante e recente na área de Química Analítica e Ambiental”, comentou.

Rosita Tingo, aluno de Ciências Sociais, área de História, destaca: “Minha experiência foi muito boa, pois consegui adquirir uma outra experiência diferente da realidade Moçambicana. Daquilo que aprendi, que foi exatamente o meu foco na área de Ciências Sociais, foi a História. Eu aprendi como fazer uma pesquisa de campo, assim como uma pesquisa científica. Fiz alguns trabalhos na biblioteca da Faculdade da UERN e de grupos do PET, assim como do PIBID.” Ela alerta, que não conseguiu alcançar todos os objetivos dentro da experiência por causa do fator tempo. Mas que só pelos dois meses, valeu a pena e que foi muito bom.

Constância Samuel, estudante de Biologia, afirma: “A experiência na UERN foi muito produtiva. Eu aprendi muito no laboratório, principalmente porque é muito equipado. Tive a oportunidade de produzir um tipo de óleo essencial, que é usado no combate antimicrobiano das plantas e esse óleo pode ser aplicado lá no meu país, que vive na base da agricultura.” Constância destacou que o óleo é usado para combater pragas nas plantas e se constitui numa conquista valiosa para sua pesquisa, porque é uma experiência que vai levar para Moçambique.

Vivian da Silva, aluna de Psicologia Clínica, enfatiza que “a Experiência aqui foi muito boa. O meu curso não tem aqui na UERN, mas fui muito bem acolhida pela Diretoria de Apoio à Inclusão e pelo Departamento de Assuntos Estudantis, que conta com psicólogas e a equipe multidisciplinar, que no meu curso é obrigatório, nós sabermos lidar com os outros profissionais. Aprendi como devo me comportar diante de um paciente, conheci cada integrante da equipe multidisciplinar, participei da Perícia da Junta, na Faculdade de Medicina, para a avaliação de pessoas com deficiência. Foi muito bom, eu nunca tinha participado de uma reunião de intercâmbio e de uma reunião multidisciplinar, porque tudo isso havia tomado conhecimentos pela teoria e com a prática foi muito gratificante para mim.”