Historiadora e doutora em História Social pela Universidade Federal Fluminense, Anita Leocádia Prestes, filha de Luís Carlos Prestes e Olga Benário, está em Mossoró para ministrar a palestra “Luís Carlos Prestes, a Constituinte e a Constituição de 1988”. O evento será hoje, às 19h, no auditório do Hotel VillaOeste, e marca a abertura do 10° Congresso dos Professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
Na manhã desta sexta-feira, 14, Anita Prestes concedeu coletiva à imprensa, onde falou sobre as garantias de direitos fundamentais, a atual conjuntura política e social, a importância da organização e mobilização sociais, entre outros assuntos.
Sobre o tema da sua palestra na noite desta sexta-feira, os 30 anos da promulgação da Constituição de 1988, Anita Prestes avalia que os direitos fundamentais assegurados pela Carta Magna têm sido ameaçados na atual situação política e social do País. “Nesse período de golpe, estamos vendo um desrespeito aos direitos fundamentais. Os direitos estão apenas no papel. Por exemplo, a Constituição diz que o cidadão tem direito ao trabalho, mas hoje o que vemos são mais de 14 milhões de desempregados, segundo dados oficiais. É uma situação calamitosa”, avalia.
Para a historiadora, mesmo após 30 anos de Constituição, os brasileiros ainda vivem reféns da tutela militar, com artigos que ora ou outra voltam a ser utilizados para frear manifestações populares, criminalizar os movimentos e atacar a organização dos trabalhadores. Esses temas serão uma das tônicas da discussão da sua palestra.
Anita Prestes é professora do Programa de Pós-Graduação em História Comparada do Instituto de História da UFRJ, autora de A Coluna Prestes (Paz e Terra, 1997), Tenentismo pós-30: continuidade ou ruptura? (Consequência, 2014), Luiz Carlos Prestes: um comunista brasileiro (Boitempo, 2015), Olga Benário Prestes: uma comunista nos arquivos da Gestapo(Boitempo, 2017).
Promovida pela Associação dos Docentes da UERN (ADUERN), a palestra integra a programação do Congresso da entidade, que tem como tema “Sindicato em Luta: contrarreformas e os impactos para o movimento sindical”. A programação do Congresso segue até sábado, 15, com rodas de discussões e votações, no auditório da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (FAFIC), no Campus Central.