Alunos da UERN realizam ações de educação ambiental no Parque Municipal

Aliando a aplicação do conhecimento adquirido na sala de aula ao desejo de contribuir para a preservação ambiental, alunos do quinto período do curso de Gestão Ambiental da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) têm realizado uma série de ações educativas no Parque Municipal Maurício de Oliveira, em Mossoró.

Recebendo uma média de 3 mil visitantes a cada semana e oferecendo um espaço amplo para a prática de atividades recreativas e educativas, o parque tem sido afetado pelo descuido de parte dos frequentadores, sobretudo em relação ao despejo de resíduos sólidos.

Conforme a diretora do parque, a gestora ambiental Raphaela Araújo, embora haja diversas lixeiras espelhadas no local, materiais como garrafas, copos plásticos, latas e embalagens são diariamente deixados no solo, mesmo quando há coletores há poucos metros de distância.

O principal impacto dessa situação, explica, é o dano à fauna do local, que também é prejudicada pelo fato de muitos visitantes darem comida aos animais. Outra consequência do despejo inadequado de resíduos, acrescenta, é que os funcionários do parque muitas vezes ficam sobrecarregados com a limpeza do local e não podem se dedicar a outras atividades.

Envolvimento

Esse cenário motivou os estudantes a elaborar e desempenhar uma série de iniciativas no parque, nas últimas semanas. Entre as ações, estão a confecção de placas de sinalização e de orientação aos visitantes, o plantio em canteiros, alertas sobre o cuidado com os resíduos e pesquisas de opinião sobre a importância do parque.

O plantio em canteiros foi uma das atividades desempenhadas

“Os alunos sempre surpreendem a gente. Eles fizeram todo o processo de visitar o parque várias vezes, ler artigos, fazer rodas de conversa, elaborar propostas. Fiquei muito feliz com a iniciativa”, destaca a professora Betânia Torres, que ministra a disciplina de Educação e Ambiente e orientou os estudantes.

De acordo com a professora, ao fim das atividades, os alunos irão elaborar relatórios que se tornarão um artigo sobre a experiência.

Para a universitária Marina Gurgel, uma das alunas que participou da confecção de práticas educativas, as ações feitas nos últimos dias já tiveram um impacto direto na relação das pessoas com o parque. “Mesmo que seja uma coisa simples, essas placas ajudam a conscientizar as pessoas. A gente quer ajudar nessa sensibilização”, ressalta.

Entre as placas, há alertas sobre a presença de lixeiras, o horário de visitação no parque, áreas restritas e a proibição do consumo de bebidas álcoolicas.

Identificação com o bioma

Outra iniciativa que visa orientar os frequentadores, a identificação das espécies vegetais também já está chamando a atenção da população.

Outra ação foi a identificação das espécies nativas

“Muitos não conhecem nosso bioma caatinga e sua flora. Nós esperamos contribuir um pouco com o parque nessa perspectiva de que as pessoas possam olhar para a árvore e, ao ver a placa, fiquem sabendo seu nome. A ideia é despertar a curiosidade das pessoas em conhecer melhor as espécies e, consequentemente, um sentimento de cuidado com o local”, ilustra a estudante Tamires Monte.

Ela ressalta que além de contribuir para a preservação do parque, a atividade foi importante para que os alunos pesquisassem sobre cada uma das espécies e sua importância no ambiente.

Ao todo, aponta a estudante Vanessa Bezerra, foram identificadas 5 espécies: juazeiro, ipê roxo, ipê amarelo, carnaúba e craibreira. “Nós queremos valorizar as espécies endémicas  de nossa caatinga, que, apesar de ser linda e diversificada, ainda é muito desconhecida”, frisa.

Evento

No próximo sábado (23), das 15h às 18h, os estudantes irão se reunir no parque para apresentar as atividades desempenhadas e, junto com a administração do parque, orientar os visitantes e tirar dúvidas sobre as questões ambientais.

“Foi uma grande ajuda e foi muito importante para nós”, salienta Raphaela Araújo, que também participará da ação de sábado.