Texto: Maurício Barros – estagiário de Jornalismo
Os egressos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), Alexandre Fonseca e Luiza Gurgel, e o estudante de jornalismo Danilo Queiroz foram selecionados no 13º Festival Internacional de Cinema de Baía Formosa (FINC), para terem seus curtas-metragens exibidos no Netia Off Camera 2023, que acontece na cidade de Cracóvia, na Polônia.
O curta idealizado por Alexandre Fonseca, “A tradição da mariscagem!” é uma produção audiovisual de 1 minuto, feita para a 13ª edição do Festival Internacional de Baía Formosa – FINC, pela produtora independente AF Produções. A produção aborda a história da marisqueira Navegante dos Santos, a tradição da sua família com a atividade da pesca feminina e como transforma seu trabalho em arte e fonte de renda.
O produtor destaca que o filme foi desenvolvido de maneira independente: “Eu e meu colega fomos até a zona rural de Grossos e encontramos, através de um conhecido, a marisqueira Navegante. Tudo foi feito por nós. Gastamos a nossa própria gasolina, equipamentos. O filme faz parte de um projeto maior, chamado “A minha arte…”, que contempla 5 artistas potiguares”.
Já o filme produzido pela egressa de jornalismo Luiza Gurgel, “Calungueiro” é um curta dirigido por Plínio Sá, com fotografia de Madson Ney, e mostra o processo artístico e criativo da produção de bonecos de mamulengo chegando a um lindo resultado que inspira o sorriso despretensioso de uma criança. O filme destaca que a cultura popular vive e resiste mesmo que seja assistida através da internet.
Luiza Gurgel conta que o curta-metragem foi produzido em novembro de 2022: “O processo de criação surgiu a partir do tema do FINC deste ano. Como eu e Plínio estávamos tendo contato com mamulengueiros, brincantes, calungueiros, pois estávamos gravando um documentário, acabamos tendo a ideia de retratar essa arte no curta. A gente quis dar uma visibilidade para essa linguagem artística do Calunga”, comentou Luíza.
A produtora complementa que sempre foi bastante envolvida com a arte. “Mas na linguagem audiovisual, nada tão sério. Quando eu entrei no curso de graduação de jornalismo, tudo mudou. Na verdade, tudo se expande. Não só o meu curso, mas a Uern como um todo, foi de uma importância inenarrável no que eu sou hoje, enquanto produtora audiovisual. Já ganhei prêmios, já tive diversos filmes selecionados em festivais ao redor do Brasil (e com este último do FINC, do mundo)”, destaca Luiza Gurgel.
O filme do estudante Danilo Queiroz, que tem como nome “Roteiro”, tem 1 minuto e aborda sobre um roteirista que está tentando escrever, depois de uma inspiração súbita vinda de um filme que ele assistiu. O problema é que as dúvidas criativas, e principalmente a procrastinação, atrapalham ele.
“Ser selecionado no Festival Internacional de Cinema de Baía Formosa já foi uma vitória enorme, e descobrir que agora meu filme vai parar no Netia Off Camera na Polônia faz o negócio parecer ainda mais surreal. Quem diria que a apreensão de uma avaliação de disciplina poderia gerar isso tudo, hein?”, enfatiza o estudante.
A produção é fruto da disciplina Introdução à Cultura Cinematográfica, ministrada pelo professor Jair Molina, no curso de Rádio, Tv e Internet na Uern. A produção teve o apoio do colega de turma Daniel Frota.
O Festival Internacional de Cinema de Baía Formosa (FINC) é um evento que gera visibilidade ao audiovisual potiguar, valorizando as produções independentes. O festival deste ano, que tinha como tema “Qual é a sua arte?”, contou com 70 produções, divididas nas categorias, “Curtas de 1 minuto”, “Pérolas do RN” e “Mostra Potiguar”.