Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase instalará núcleo em Mossoró

Será instalado em Mossoró, nesta quinta-feira, 22, um núcleo do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN), que existe há 40 anos no Brasil. O evento será realizado na Faculdade de Enfermagem (FAEN) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), a partir das 14h.

O momento contará com a presença do coordenador nacional do Movimento e conselheiro nacional de saúde, Artur Custódio (Rio de Janeiro-RJ), e do vice-coordenador nacional Faustino Pinto (Juazeiro do Norte-CE).

A expectativa é que o núcleo de Mossoró possa intensificar as ações de prevenção e educação em relação à doença na região.

A partir da participação no projeto Hanseníase em Rede, que tem forte parceria com o Morhan, o Ambulatório Interprofissional das Residências em Saúde se articulou para a abertura de um núcleo na cidade.

“Sabemos que temos em Mossoró áreas endêmicas em hanseníase e que ainda é uma doença com muitos estigmas e preconceitos na sociedade. Nosso objetivo é justamente promover atividades que busquem aproximar as pessoas dessa discussão e da própria busca/luta pela construção de políticas públicas voltadas para pessoas afetadas pela doença”, comentou.

O Morhan tem representação em esferas do controle social, como o Conselho Nacional de Saúde (CNS), e atua em interlocução com governos, entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais em defesa dos direitos humanos das pessoas atingidas pela hanseníase no país.

“Além de ser estratégico para a região, este núcleo é fruto de um bonito trabalho que vem sendo realizado com pacientes e profissionais de saúde em parceria com a ONG BRASA – Brasil, Saúde e Ação. Nosso objetivo é fortalecer o enfrentamento à hanseníase de forma transversal nas políticas públicas da região, com o viés dos direitos humanos”, destaca Artur Custódio.

A eliminação da hanseníase, o enfrentamento ao estigma relacionado à doença, a qualificação da assistência – do diagnóstico à reabilitação – e o direito à reparação por violações de direitos que historicamente atingiram as pessoas afetadas pela doença e seus familiares são alguns dos objetivos do movimento.

Casos

O Brasil é o país com a maior incidência de hanseníase no mundo, com uma taxa de aproximadamente 13 novos casos para cada 100 mil habitantes, segundo dados de 2019 do Ministério da Saúde. No total, foram registradas 27,8 mil notificações de novos casos no ano.

O Rio Grande do Norte, por sua vez, registrou 192 novos casos em 2019 (5,38 casos por 100 mil habitantes), dos quais 50 casos foram em Mossoró – o que torna a taxa de detecção de novos casos do município duas vezes maior que a do Estado, com 16,81 novos casos por 100 mil habitantes.