Experiências e vivências de alunos com necessidades especiais foram expostas na noite da quinta-feira no auditório da FAFIC no IX Encontro dos Acadêmicos com Necessidades Educacionais Especiais (EANE), realizado pela Diretoria de Políticas e Ações Inclusivas (DAIN). No evento, que começou às 19h30, três acadêmicos com necessidades especiais falaram de suas experiências de vida para chegar até a universidade.
O evento foi aberto, após a apresentação artística de dois estudantes com necessidades especiais, um ao violão e o outro cantando, com a fala da diretoria da DAIN, Profa. Ana Lúcia Oliveira Aguiar, que chamou a atenção para a mudança no nome da diretoria, que passou a ter as metas de políticas e ações, por serem duas atividades comuns na prática do setor. Ela falou da importância da DAIN, que leva o nome da UERN além-fronteiras do país, dando visibilidade aos seus trabalhos de inclusão na Argentina, em Portugal e na Alemanha.
Em seguida, Ana Lúcia convidou o Padre Charles Lamartine, diretor do Colégio Diocesano, para falar um pouco da sua experiência com acessibilidade e ele citou trechos do Evangelho de João, onde narra ações de Jesus para devolver a dignidade e a vida de pessoas com deficiência e finalizou ressaltando a sua experiência na implantação de um projeto de acessibilidade em um colégio com mais de 100 anos, como o Colégio Diocesano Santa Luzia, por exigência do Ministério Público.
A assistente social Sonia Lins fez um breve relato sobre os trabalhos e cursos desenvolvidos pela DAIN e convidou os acadêmicos Lucas Agostinho da Silva (Letras) e Miriam Gurgel Praxedes (Geografia) para compor uma roda de conversa sobre as práticas dos dois no que se refere as suas necessidades especiais. Lucas, que nasceu com uma atrofia muscular espinhal que o transformou em cadeirante e Miriam, deficiente visual, falaram para o público presente sobre as dificuldades e a questão da acessibilidade.
Os dois relatos não foram muito diferentes, tendo em vista que ambos ressaltaram as dificuldades de frequentarem o ensino fundamental e o médio em escolas públicas sem nenhuma adaptação para suas necessidades especiais. Os dois relataram a falta de apoio até mesmo dos seus familiares, que não acreditavam na possibilidade de eles conseguirem chegar tão longe e temiam que qualquer fracasso fosse fazê-los sofrer uma grande decepção na vida. Apesar disso, os dois seguiram em frente e chegaram até a UERN, onde receberam todo o apoio da DAIN para superarem os obstáculos. Também se juntou aos dois, o acadêmico José, aluno com deficiência visual e intelectual, que falou das dificuldades iniciais para se entender com os professores no início e do empenho para elaborar uma forma de estudo mais adequada às suas necessidades, o que resolveu seus problemas de aprendizado em sala de aula. O evento foi encerrado com mais uma apresentação musical, destacando-se uma frase dita por Miriam e Lucas: “A música ajudou a superar as minhas dificuldades”.
Foto: Ivanaldo Xavier