Depois de dois anos sem aulas presenciais, foi retomado o projeto de extensão mais longevo da Uern Natal: “Um olhar multidisciplinar das drogas na escola”, concebido e coordenado pela Profª Dra Maria Audenora das Neves Silva Martins, com alunos do 1º e 2º períodos do curso de Direito, dentro das disciplinas de Fundamentos de Filosofia e Ética, Metodologia Científica e Psicologia Jurídica.
As intervenções recomeçaram onde o projeto nasceu em 2002, na Escola Estadual Djalma Aranha Marinho, no Pitimbu, que atende ao Planalto e a comunidades adjacentes, na zona Sul de Natal.
Na última quinta-feira (28), 175 crianças e adolescentes, na faixa etária dos seis aos 15 anos, participaram das atividades conduzidas pelos extensionistas da Uern Natal, para ensinar sobre a nocividade e os tipos das drogas (lícitas e ilícitas), além de alertar para os riscos do uso delas na escola e na sociedade. As atividades envolvem palestras educativas, filmes, produção de textos, desenhos, colagens, mural didático, painéis, dramatização, oficinas de arte, concurso de cartazes, músicas, paródias e fatos reais, entre outras técnicas.
“A extensão universitária reflete o compromisso da Universidade com a transformação da sociedade em direção à justiça e à democracia. Nosso projeto tem procurado cumprir com o conceito de extensão como processo educativo, cultural e científico na questão do uso de droga entre os jovens”, justifica a professora Aldenora.
Ela conta que as escolas para as quais o projeto é levado são as que a direção e a equipe pedagógica abre as portas, como é o caso da Escola Municipal Adelina Fernandes, na zona Norte, próximo à Uern, onde, este ano, a direção pediu para ampliar o projeto para os dois turnos de aulas.
“Problemas com drogas existe em todas as zonas da cidade. Vamos onde sabemos que contaremos com o apoio dos professores. Nosso projeto já alcançou, mais de cinco mil crianças e adolescentes, transformando as salas de aula em espaços de diálogo, para ouvir a realidade deles e delas e proporcionar uma troca de experiências”, conta a professora universitária, pois segundo ela, para muitos alunos de Direito é um choque de realidade conhecer histórias de crianças com famílias destruídas pelas drogas e pela violência doméstica, bem como, para alguns, essas palestra também são as primeiras oportunidades de falar em público, praticando a oratória exigida no exercício da profissão.
“Algumas crianças pedem para levar para casa as atividades que fazem nas oficinas, para mostrar ao pai ou à mãe, na tentativa de os fazer parar de beber; ou convencer o avô ou a avó a parar de fumar, pois dizem que os amam demais e querem que eles vivam sem drogas lícitas. As professoras e os pais falam da repercussão em casa, depois das atividades e pedem o projeto de forma permanente na escola”, relata a professora.