Ao mesmo tempo em que impôs o isolamento social como norma para evitar a propagação do coronavírus, 2020 mostrou que o distanciamento físico não significa ausência de cooperação e cuidado. Ao contrário, foram ações voltadas ao amparo das demandas ocasionadas pela pandemia que possibilitaram a indivíduos, grupos e instituições enfrentar os desafios apresentados no ano passado.
Longe de se restringir aos idosos ou às pessoas de grupos de risco, essa postura de apoio e colaboração estendeu-se também a grupos como os estudantes universitários, os quais, assim como os profissionais da área de educação, tiveram de adaptar-se a outras formas de ensino. Entre os estudantes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), o apoio a esse segmento se deu, dentre outras formas, através da ampliação da assistência estudantil.
Além de manter os programas e ferramentas de apoio que já vigoravam antes da pandemia, a Universidade ampliou a assistência estudantil, implantando novas medidas. Uma das principais foi o Auxílio Inclusão Digital (AID), através do qual foram disponibilizadas mil bolsas com valor de mil reais para os alunos em situação de vulnerabilidade econômica.
O auxílio possibilitou aos estudantes adquirir equipamentos e serviços necessários ao acompanhamento das aulas, proferidas de forma remota, e à continuidade das atividades acadêmicas.
Aluna do curso de Letras/Língua Portuguesa do Campus Avançado de Pau dos Ferros, Taiza Leite, de 25 anos, foi uma das contempladas pelo AID, tendo utilizado os recursos para adquirir equipamentos de informática e serviços de internet. Conforme a estudante, o apoio foi fundamental para que ela desse continuidade a suas atividades e concluísse a monografia do curso, mesmo em um período mais desafiador.
Além do auxílio, a estudante também contou, ao longo do ano, com o apoio do acompanhamento psicológico e psicopedagógico oferecido pela Uern, através dos profissionais da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Prae).
“Diante de tantos desafios que tive de enfrentar na minha vida pessoal, que se intensificaram na pandemia e refletiram no meu desempenho, percebi a necessidade de procurar esse apoio, que foi essencial pra que eu continuasse e concluísse o curso”, relata Taiza.
O atendimento multiprofissional oferecido pela pró-reitoria para estudantes que precisam de apoio psicológico e pedagógico já era realizado antes da pandemia e continuou sendo feito através da plataforma Google Meet, nos turnos da manhã, tarde e noite.
“Todos os programas foram mantidos durante a pandemia e as bolsas foram pagas sem atraso. Nós também realizamos atendimentos individuais e ações, no formato remoto, envolvendo práticas integrativas e encontros de estudantes, garantindo a interação entre os alunos, com foco na saúde mental e na ressignificação dos processos nesse período”, destaca o pró-reitor de Assuntos Estudantis da Uern, Erison Natecio.
O pró-reitor ressalta também a aprovação, pelo Conselho Diretor da Universidade, em outubro, do Programa Auxílio-Creche, que irá beneficiar estudantes regularmente matriculados nos cursos de graduação com filhos de zero a cinco anos.
Eles receberão auxílio financeiro para uso exclusivo com despesas com creche, pré-escola ou cuidador, assegurando a igualdade de condições no exercício das atividades acadêmicas, sendo priorizados os estudantes em situação de vulnerabilidade social.
Os recursos relacionados à aplicação do programa, assim como acontece com o Auxílio Inclusão Digital, serão advindos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECOP). Em setembro de 2019, o Governo do Estado incluiu a Uern como beneficiária do fundo, possibilitando à instituição ampliar a assistência estudantil. A previsão é que, entre 2020 e 2023, a Universidade receba R$ 10,8 milhões através do Fecop.
“Logo no início da gestão da governadora Fátima Bezerra, apresentamos ao governo a proposta de uso dos recursos do fundo para a ampliação da assistência estudantil, seguindo o que já era realizado em outros estados”, aponta a reitora em exercício da Uern, professora Fátima Raquel.
“Através da Prae, temos executado o plano apresentado ao governo, impulsionando a quantidade de auxílios aos nossos estudantes em situação de vulnerabilidade social. Isso é transformador. É mais que assistência. É dar condições de permanência na universidade. Com uma postura proativa e resolutiva, estamos construindo um novo momento para os estudantes da Uern”, acrescenta Raquel.