O projeto de ensino Ciclo de Palestras em Ciência, Tecnologia e Sociedade Sexta das Ciências, deste mês de abril, tratará da relação entre a religião/espiritualidade e a saúde.
O tema “A compreensão científica da crença, fé e esperança na recuperação da saúde” será debatido pelos docentes do curso de Ciências da Religião da UERN Natal, Profs. Drs. João Bosco (enfermeiro, psicólogo, doutor em Educação e mestre em Saúde Pública) e Rodson Ricardo (teólogo, sociólogo, doutor em Educação e mestre em Ciências Sociais). A terceira debatedora será a pró-reitora de Gestão de Pessoas da Uern, Profa. Dra. Isabel Amaral, doutora em Educação e docente do curso de Enfermagem, no Campus Central. O debate será transmitido ao vivo pelo canal da Uern Natal no Youtube, nesta sexta (29), a partir das 16h.
“Desde o início da pandemia de Covid-19, têm agravado na sociedade as condições de saúde da população. É um adoecimento físico, mental, emocional e até mesmo das relações sociais e comunitárias. O Sexta das Ciências sempre se pautou sensível às demandas e desafios de nossa sociedade”, comentou o coordenador do projeto, Prof. Dácio Michel, sobre a escolha do tema, sugerido pelo vice-reitor Prof. Dr. Chico Dantas, para evidenciar um processo de adoecimento verificado no público acadêmico.
“O efeito da espiritualidade na saúde é uma área de pesquisa ativa no momento. O tema é estudado por médicos, psicólogos, enfermeiros e outros profissionais. As pesquisas nas últimas décadas vêm crescendo substancialmente no campo da ‘Espiritualidade e Saúde’, mostrando uma influência significativa das crenças espirituais e religiosas nos resultados de saúde mental e física. Os estudos mundiais tendem a enfocar três áreas principais: mortalidade, enfrentamento e recuperação. As evidências científicas apontam para a relação benéfica da religião na saúde”, revela o Prof. Dr. Rodson Ricardo.
Ele lembrou que a Uern iniciou um programa de qualidade de vida, que inclui as Terapias Complementares e Integrativas – PICIs. Além de atender a comunidade, esses núcleos funcionarão como bases de pesquisa sobre a saúde integrativa.
“Curar quando possível, cuidar sempre. Esse cuidado compassivo envolve servir à pessoa como um todo — o físico, o emocional, o social e o espiritual. Além de remédios e procedimentos, os seres humanos necessitam de sentido. Victor Frankl, um psiquiatra judeu, que escreveu sobre suas experiências em um campo de concentração nazista, disse: ‘O homem não é destruído pelo sofrimento; ele é destruído pelo sofrimento sem sentido’. Um dos desafios que os profissionais de saúde enfrentam é ajudar as pessoas a encontrar significado e aceitação em meio ao sofrimento e à doença crônica. E os estudos sobre a religiosidade na saúde podem ajudar bastante nesse sentido”, concluiu o debatedor.