A Câmara Municipal de Mossoró realizou nesta quinta-feira (26) audiência pública para discutir questões relacionadas à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), entre elas, a greve dos servidores da instituição.
A audiência foi presidida pelo vereador Professor Francisco Carlos, que também é professor da UERN e foi o autor do requerimento que deu origem à sessão. Estiveram presentes o reitor da UERN, Prof. Dr. Pedro Fernandes Ribeiro Neto; o vice-reitor, Prof. Aldo Gondim Fernandes; o presidente da Associação dos Docentes da UERN (ADUERN), Prof. Valdomiro Morais; a presidente do Sindicato dos Servidores Técnicos Administrativos da UERN (SINTAUERN), Rita de Cássia Negreiros; a presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Lidiane Samara; o representante do Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES), Gautier Falconiere; o presidente da subseccional Mossoró da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Aldo Fernandes, além de professores, técnicos administrativos e estudantes da Universidade.
O principal tema de discussão foi a greve deflagrada há mais de um mês. O reitor Pedro Fernandes fez um retrospecto das negociações e apresentou dados que comprovam a dimensão da UERN para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte, em especial, do interior do Estado. “A UERN atua há 47 anos em áreas onde nenhuma outra instituição de ensino superior atua no interior do Rio Grande do Norte, oferecendo cursos como Medicina e Odontologia fora da capital, e sendo a responsável pela formação de quase a totalidade dos professores da educação básica nas cidades e regiões onde está inserida”, afirmou o reitor. Ele argumentou ainda uma relação de estados do Nordeste e do Brasil que possuem universidades estaduais, como o caso dos vizinhos Paraíba, que possui uma universidade estadual e do Ceará, que possui três instituições.
Os representantes da ADUERN, SINTAUERN E ANDES cobraram maior empenho político em se chegar a um entendimento para o fim da greve e sugeriram que todas as câmaras municipais onde a UERN está inserida realizem audiências públicas como a de Mossoró, a fim de demonstrar o apoio político à instituição, e foi proposta a criação de uma frente parlamentar de apoio à Universidade. Já a representante dos estudantes cobrou melhorias como o restaurante universitário e o aumento no aumento no número de residências universitárias, bem como a solução para o problema de transporte público para o Campus de Mossoró, especificamente.
O professor Honoris Causa da UERN, Paulo Lopo Saraiva, também esteve presente à audiência pública e propôs que a Universidade ajuíze uma ação levando três pontos em consideração: discutir os descumprimentos do orçamento, discutir os parâmetros da igualdade constitucional e discutir o problema da transparência do cálculo e da metodologia do teto.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Jório Nogueira, e também presidente da Federação das Câmaras Municipais do Rio Grande do Norte (FECAM/RN), registrou seu apoio à instituição e se colocou à disposição da UERN para intermediar uma solução junto ao Governo do Estado. “Quero expressar meu apoio ao movimento, que considero justo. Conversei com o governador Robinson na semana passada e ele me afirmou que sua equipe está fazendo o possível para se chegar a uma solução para que a greve seja encerrada o quanto antes”, afirmou.
O autor da proposição da audiência pública, vereador Professor Francisco Carlos, classificou o evento como proveitoso. “O debate atingiu seu objetivo. Os pronunciamentos dos edis e convidados ressaltaram a relevância da Universidade para o nosso Rio Grande do Norte. Uma Instituição que desenvolve, produz conhecimento, qualifica, presta serviço e forma cidadãos preparados para a vida e para o mercado de trabalho”, avaliou Francisco Carlos. Além do autor da proposição e do presidente da Câmara, estiveram presentes os vereadores Alex Moacir, Genivan Vale, Tassyo Mardonny, Tomaz Neto e Vingt-Un Neto.