Projeto da Uern melhora a qualidade de vida de pessoas com Parkinson

A Faculdade de Ciências da Saúde (FACS) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) tem um projeto voltado ao atendimento de pessoas com a doença de Parkinson. São realizadas diversas ações para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e repassar conhecimentos da área da saúde para os cuidadores.

O trabalho é desenvolvido pelo Grupo de Apoio Interativo aos Portadores de Parkinson (GAIPP) desde março de 2016, com encontros mensais e a exploração de temas voltados à doença, sob os aportes da Educação Popular em Saúde. Em 2018, o grupo vinculou-se à Pro-Reitoria de Extensão (PROEX) e ampliou as ações.

Cerca de 70 pessoas, entre parkinsonianos e cuidadores, são atendidas. Participam do coletivo 20 alunos do curso de Medicina (cinco discentes coordenadores extensionistas e 15 membros extensionistas), além da colaboração de discentes do curso de Educação Física e Pedagogia da Uern. A coordenação-geral é chefiada pela Dra. Allyssandra Maria Lima Rodrigues Maia, docente do curso de Medicina da Facs.

O conjunto de atividades inclui exercícios mentais e físicos, reuniões, palestras e rodas de conversas, em uma ação conjunta entre os estudantes de cursos de graduação da Uern e estudantes de pós-graduação: Natanias Macson, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade (Uern); Lívia Nornyan, vinculada ao Programa de Pós-Graduação Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde (Universidade Estadual do Ceará); e Nara Dias vinculada ao Programa de Doutorado da Faculdade de Motricidade Humana pela Universidade de Lisboa/Portugal.

“As atividades permitem a aplicação de exercícios cognitivos em um meio social onde poderão ter um momento social atrativo. Dessa maneira, um importante resultado é a consolidação de um grupo de convidados, que tem se apresentado fiel aos encontros, desde gestões anteriores do Grupo, não descartando, é claro, a possibilidade de recebermos cada vez mais convidados”, explicou a professora Allyssandra.

É também objetivo da iniciativa aumentar a socialização dos pacientes através de ações como rodas de conversa com o auxílio de profissionais de vários campos da saúde, convidados pelo grupo para repassarem seus conhecimentos e responderem quaisquer dúvidas envolvidas.

“A dinâmica grupal traz inúmeros benefícios, além da construção de conhecimentos, como a construção de redes de apoio social e psicológica. A utilização de grupos terapêuticos como espaço de formação médica permite a construção de competências no campo da atenção, gestão e educação em saúde”, acrescentou a coordenadora-geral.

Ao longo do ano, serão desenvolvidas atividades psicomotoras que possibilitam a socialização e a realização de exercícios físicos e mentais para doentes de Parkinson. Colaborar com a aprendizagem dos Grupos sobre as questões relativas à sua própria saúde e a saúde, potencializando o cuidado e o autocuidado; fomentar nos grupos práticas de prevenção de doenças e de promoção da saúde; estimular nos profissionais de saúde mental o desenvolvimento de competências voltadas à promoção da saúde e qualidade de vida; fomentar o desenvolvimento de práticas interprofissionais pautadas nas necessidades de saúde são alguns dos outros objetivos para o ano de 2022.

Parkinsonianos e cuidadores interessados em participar das atividades podem entrar em contato pelo telefone (83) 99863-2664. Mais informações podem ser obtidas através do perfil @gaipp.uern no Instagram.

Parkinson

É uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. É causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina, que é um neurotransmissor – substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas.

A dopamina ajuda na realização dos movimentos voluntários do corpo de forma automática, ou seja, não precisamos pensar em cada movimento que nossos músculos realizam, graças à presença dessa substância em nossos cérebros. Na falta dela, particularmente numa pequena região encefálica chamada substância negra, o controle motor do indivíduo é perdido, ocasionando sinais e sintomas característicos.

Com o envelhecimento, todos os indivíduos saudáveis apresentam morte progressiva das células nervosas que produzem dopamina. Algumas pessoas, entretanto, perdem essas células (e consequentemente diminuem muito mais seus níveis de dopamina) num ritmo muito acelerado e, assim, acabam por manifestar os sintomas da doença.

Não se sabe exatamente quais os motivos que levam a essa perda progressiva e exagerada de células nervosas (degeneração), muito embora o empenho de estudiosos deste assunto seja muito grande. É possível que mais de um fator esteja envolvido no desencadeamento da doença, podendo ter origem genética ou ambiental.

Os principais sintomas da doença de Parkinson são a lentidão motora (bradicinesia), a rigidez entre as articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo, os tremores de repouso notadamente nos membros superiores e geralmente predominantes em um lado do corpo quando comparado com o outro e, finalmente, o desequilíbrio. Estes são os chamados “sintomas motores” da doença, mas podem ocorrer também “sintomas não-motores” como diminuição do olfato, alterações intestinais e do sono.