A professora de Literatura e escritora Araceli Sobreira, do Departamento de Ciências da Religião da UERN Natal, representou a poesia potiguar e lançou livro no encerramento da XIII Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, no último dia 12, no Pavilhão do Centro de Convenções, em Olinda/PE.
Nesta edição, o maior evento literário do Nordeste e o terceiro do Brasil homenageou o centenário de Paulo Freire e a poeta pernambucana Cida Pedrosa. Foram 12 dias de intensa programação literária e cultural, dos quais a professora Araceli participou para falar sobre “As mulheres do sertão e do agreste na escrita e no empoderamento da autoria feminina na contemporaneidade”, no Painel Círculo de Ideias, com mediação da também poeta natalense Drika Duarte.
“Representar o RN em um evento como esse é abrir caminho para levar nossa poesia para novas leitoras e leitores”, comemorou a autora, que lançou o livro “Poesia para lembrar da mulher que sou” (Trayri, 2021), no estande da livraria Palavra Encantada. A obra recebeu apoio da Lei Aldyr Blanc/RN, além de tirar o segundo lugar no concurso de Poesia Luís Carlos Guimarães, da Fundação José Augusto, realizado em dezembro de 2020, como uma das políticas de investimento à cultura durante a pandemia.
Segundo a autora, o livro tem sido bem acolhido pelo público feminino. “É um momento muito importante falar sobre mulheres. Diante de tantas dificuldades e retrocessos que vive o país, minha poesia abre uma reflexão sobre como as nossas ancestrais viviam, sobre como sobreviveram, sobre como nos influenciaram”, pontua.
Em “Para lembrar da mulher que sou”, Araceli fortalece a memória afetiva dela e fala sobre relações femininas ancestrais como a dor, a raiva, o medo, a ansiedade e os sonhos, expondo a dureza da vida de avós e mães e retratando em poesia cenas e dificuldades cotidianas como cozinhar, sair e não ter com quem deixar os filhos, violência familiar, e tantos outros desafios da mulher do passado que ainda é presente.
“Sua poética feminina, mas não panfletária, encontra eco em uma literatura de pertencimento e reconhecimento identitário. Como resultado, o efeito de sua leitura emociona, ameniza a aridez da luta diária das mães, filhas, irmãs de sangue e de alma da poeta-mulher, que assume uma palavra-possibilidade no tempo de hoje”, diz sobre a obra a prefaciadora Rizolete Fernandes, autora e feminista.