A recomendação de uso de fórmulas e receitas caseiras em textos e vídeos na internet não é novidade, como também é antiga a recomendação profissional de que a população deve evitar a automedicação. Em tempos de pandemia esse alerta deve ser redobrado.
“É melhor evitar o uso de substâncias com as quais não estamos acostumados”, alerta a professora Amélia Carolina, do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), mestre em Saúde e Sociedade e doutoranda em Ciências Fisiológicas.
Segundo a especialista, na maioria dessas receitas, de cunho eminentemente cultural, falta um elemento primordial: o respaldo científico. Se ingeridos sem orientação médica profissional adequada alguns alimentos podem causar mal à saúde.
“Tomar água com limão ou um suco de limão em jejum não necessariamente faz bem para saúde, por exemplo. Há pessoas que têm tendência para desenvolver gastrite, dentre outras doenças gastrointestinais. Nesses casos, o consumo de alimentos ácidos, como é o caso do limão, pode piorar alguns quadros de saúde gástricos”, esclarece.
A professora recomenda as orientações já conhecidas da população: melhoria da higienização das mãos, com água e sabão ou álcool em gel, distanciamento de pelo menos dois metros entre as pessoas, isolamento social e uso de máscaras ao encontrar em contato com terceiros. Além disso, fortalecer a alimentação e ingerir uma maior quantidade de líquido, melhora a resistência do sistema imunológico.
Amélia Carolina destaca que o uso de substâncias, fórmulas ou receitas de origem desconhecida deve ser evitado. “O fato determinante na luta do ser humano contra essa pandemia, contra o novo coronavírus é a união da ciência em prol de um bem comum. Remédios caseiros não trazem a cura”, finaliza a profissional.