Por Lilia Santana – estagiária de jornalismo
Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), através do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade, estimam por meio de pesquisas que o número total de mortes por Covid-19 no Estado (RN), pode ser o dobro do oficial.
O estudo é de autoria dos professores Gutemberg Dias e Filipe Peixoto, junto com os alunos Marisa Bezerra e Carlos Daniel Souza. O trabalho intenta a subnotificações de mortes em quase 100% e para novos casos com sintomas, de até 31,2%. E ainda a quantidade de infectados assitomáticos, sendo 665% maior do que o oficial, considerando 80% dos casos sem sintomas (OMS).
Pretende-se melhorar o entendimento epidemiológico da doença, através do estudo, tendo como base os dados da Covid-19 e da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) do Governo do Estado, Ministério da Saúde do Brasil, Portal da transparência dos cartórios, Fundação Osvaldo Cruz e Google.
Gutemberg Dias, um dos pesquisadores ressalta: “A pesquisa tem o intuito de alertar a sociedade e as autoridades sanitárias em relação à subnotificação no âmbito do estado do Rio Grande do Norte. Veja que os números mostram que para cada 1 uma morte por Covid-19 temos uma subnotificada e para cada caso confirmado temos 6,5 casos não confirmados já contabilizado a perspectiva dos casos assintomáticos. É importante aumentar a testagem da população e não só quem já é suspeito.”.
Mossoró e Natal, segundo a espacialização da doença, se mostram os dois epicentros, sendo o contágio pelas principais rodovias federais no Rio Grande do Norte, e assim, a falta de barreiras sanitárias, controlando a circulação de pessoas.
Conclui-se a manutenção do isolamento social para que o ritmo de contaminação possa diminuir. O aumento da testagem da população deve ser feito, para que os números oficiais possam ser mais perto da realidade. “Ressalto que a doença no estado se espalha pelos municípios acompanhando os principais eixos rodoviários, dessa forma, barreiras sanitárias no entorno das cidades com maior incidência de casos e nas divisas de estados como o Ceará, que tem um ata criticidade, precisam ser avaliadas pelas autoridades sanitárias.” Afirma o professor Gutemberg.
Acesso à pesquisa: http://natal.uern.br/periodicos/index.php/PGEO/article/view/1816/1691