Um ambiente universitário sadio depende dos três segmentos que o compõe: professores, técnicos e alunos. A fala inicial da professora Patrícia Moreira na palestra de abertura da 4ª edição da Campanha de Prevenção ao Assédio Moral e Sexual atentou para a responsabilização de todos, a importância da denúncia, o cuidado e a intervenção para evitar novos casos.
A campanha é uma iniciativa da Ouvidoria da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e tem como tema “Não se cale”.
A discussão, encerrada agora há pouco, contou ainda com a participação do juiz e professor do Campus Avançado de Natal, José Herval Sampaio Júnior, da psicóloga organizacional Bianca Valente de Medeiros e da estudante Terumi Tatsukawa.
O evento foi realizado pelo Google Meet e transmitido no canal da Uern Oficial no YouTube. Para assistir, clique AQUI.
A professora da Faculdade de Direito comentou que o ambiente acadêmico é um lugar relacional, onde nos inserimos como pessoas.
“É responsabilidade de todos agir para termos um ambiente digno e saudável. Ninguém tem o direito de hostilizar o outro, ninguém deve sair de casa para ser destratado ou humilhado, ninguém deve adoecer por conta de assédio ou violência no ambiente de estudo ou de trabalho”, defendeu a docente do Campus de Natal.
O palestrante Herval Sampaio abordou as consequências e as responsabilidades dos envolvidos nos casos de assédio.
“A maior perversidade do assédio, falando no sentido amplo, é quando o assediador e as pessoas que têm responsabilidade, a obrigação legal de fiscalizar, transformam a vítima do assédio em culpada. É muito triste a pessoa já estar sofrendo e passar a se perguntar porque criou aquela situação, porque deixou acontecer. Ela começa a se culpar pela situação e isso é um absurdo”, enfatizou o professor e magistrado.
Para o chefe de Gabinete da Reitoria da Uern, professor Lauro Gurgel, a discussão sobre o assédio se revela extremamente necessária tendo em vista as relações tóxicas que existem na sociedade.
“Nas relações familiares, nas relações de trabalho e em outros ambientes, temos vivenciado diversas formas de agressividade, de exploração. Abordar esse assunto é uma forma de manter viva a discussão”, disse na abertura do evento.
Lotada na Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep), a psicóloga Bianca Valente comentou que as sequelas do assédio são graves e perduram por muito tempo na vida das vítimas.
“São danos que podem ser drásticos, porque envolvem todo um contexto, afetam a equipe de trabalho, as relações de trabalho e o indivíduo no seu contexto familiar. São sequelas difíceis de serem trabalhadas”, lamentou.
A estudante Terumi Tatsukawa, 2° coordenadora-geral do Diretório Central dos e das Estudantes (DCE) da Uern, ressaltou a importância da discussão e que o combate ao assédio já é uma luta recorrente na entidade estudantil.
Ponto de apoio
No retorno das aulas presenciais, previsto para acontecer no dia 02 de fevereiro, a Ouvidoria estará com suas portas abertas no Campus Central, mais precisamente no Centro de Convivência, durante os três turnos.
A ouvidora da Uern, Séphora Edith Nogueira, incentivou que as pessoas vítimas de assédio denunciem. “Estamos juntos, não se calem, tenham coragem de denunciar, conversem com as pessoas, não deixem passar incólume seus sofrimentos”, enfatizou.
Os canais para denúncias são o e-mail ouvidoria@uern.br e a Plataforma FalaBR através do site www.falabr.cgu.gov.br. Mais informações podem ser obtidas pelo perfil @ouvidoria.uern no Instagram.