Núcleo de Estudos realiza marcha cobrando políticas públicas para o problema

O Núcleo de Estudos sobre a Mulher Simone de Beauvoir, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (NEM/UERN) realizou na manhã desta quarta-feira (25) uma programação alusiva ao Dia Internacional de Combate à Violência contra as Mulheres, no Campus Central da UERN.

Estudantes, professores e servidores da Instituição realizaram uma marcha por todo o Campus Central, buscando chamar a atenção da comunidade acadêmica com cartazes, faixas e instrumentos musicais para a importância do combate à violência contra a mulher.
O Núcleo também redigiu uma nota e distribuiu durante a marcha, cobrando entre outras coisas, políticas públicas, em nível municipal e estadual eficazes, de prevenção e combate a esta forma de violência.

25 DE NOVEMBRO – DIA INTERNACIONAL DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
BASTA DE VIOLÊNCIA! ESTAMOS NA LUTA! ENQUANTO UMA MULHER FOR VÍTIMA DE VIOLÊNCIA, CONTINUAREMOS EM MARCHA!

Todos os dias milhares de mulheres são vítimas de inúmeras formas de violências sexuais e sexistas que se expressam de maneira física, subjetiva e verbal, na rua, nos ônibus, nos trens, no trabalho, no trânsito, em casa, nos hospitais, etc. São múltiplas violências praticadas por conhecidos, desconhecidos, pelo Estado e por grande parte da sociedade. A roupa que se usa, a forma de andar, o horário que se está na rua, o modo de falar, os relacionamentos, a sexualidade, todos esses elementos são “culpas” que recaem sobre as mulheres e que são utilizados para justificar as violências, que se traduzem em estupros, ameaças, assédio moral e sexual, nas violências obstétricas, espancamentos e feminicídios.
Assistimos estarrecidos/as a multiplicação dessas violências, assim como a banalização que tem crescido principalmente pelos meios de comunicação que muitos utilizam para disseminar a cultura do machismo, com discursos misóginos de incitação aos crimes contra mulheres. O reflexo disso, e sua expressão mais perversa é o assassinato de meninas, mães, filhas, esposas, cujas estatísticas revelam a perpetuação e o aumento do machismo em nossa sociedade.
Este machismo é constantemente alimentado pelo domínio do macho, que surge, sobretudo, pelas desigualdades de gênero, expresso nas diferenças salariais, no pouco acesso das mulheres aos espaços de poder e decisão, na cultura do provedor, no reforço da lógica patriarcal no qual os homens são detentores de poder e decisão sobre os corpos e a vida das mulheres.
Quem ousa romper as correntes que aprisionam, muitas vezes, paga com a vida. Pelo frio da navalha, ou pelo calor do tiro. Mãos decepadas, ácido jogado nos corpos, coração arrancado pelo ódio, são as marcas que traduzem a força das mãos que ceifam a vida de milhares de mulheres.
Apesar desta realidade, faltam políticas públicas em nível municipal e estadual eficazes, de prevenção e combate a esta forma de violência. Em Mossoró-RN, dispomos apenas de uma Delegacia de Mulheres, que não funciona durante a noite e nem nos fins de semana, dias e horários em que as mulheres mais sofrem agressões, não temos casas-abrigos, centros de saúde especializados, dentre outros serviços para as mulheres em situação de violência.
Estamos nas ruas para denunciar o descaso dos governos para com as mulheres.

Núcleo de Estudos sobre a Mulher Simone de Beauvoir/UERN.
Frente de Lutas de Mulheres Potiguar