A Exposição Fotográfica Itinerante Negro e Lindo 2022 teve lugar na Pinacoteca José Gurgel da Reitoria da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) na manhã desta sexta-feira (29).
Com curadoria da professora Ivonete Soares, da Uern, o evento teve como tema “Ancestralidade e Identidade Negra: uma caminhada que resiste ao tempo e ao preconceito ético racial”. Pacífico Medeiros foi o responsável pelas fotografias e o filósofo Lucas Sullivam ofereceu apoio técnico.
A abertura da exposição contou com a apresentação da atriz Tony Silva, uma das mais renomadas artistas locais.
Bastante emocionada, a professora Ivonete lembrou o primeiro encontro com a temática, realizado em 1999, trazendo à tona a evolução do processo histórico de inclusão de alunos e alunas afrodescendentes na Uern.
“Trata-se de um resgate de um processo histórico de ocupação daqueles grupos que foram excluídos”, disse a docente, para a qual “não importa a tonalidade de nossa pele, importa o sentimento de igualdade que deve nutrir as nossas relações”.
Ivonete lembrou o papel da gestão do ex-reitor Pedro Fernandes na adoção de políticas efetivas de inclusão.
Presente no evento, o secretário municipal de Cultura, Etevaldo Almeida, falou da satisfação de presenciar a exposição, mencionando que “a professora Ivonete é uma inspiração”. “Todo esse trabalho [de inclusão] é uma construção coletiva”.
A reitora Cicília Maia, naquela oportunidade, mencionou que falava “com o coração, tirando um pouco a roupa de Reitora”. “Eu lembro de quando estávamos começando, Ivonete, há muito tempo, e fico muito feliz de ver coisas que nós conversávamos há 15, 20 anos e hoje a gente está vendo a materialidade”.
Registrando a importância das políticas de inclusão, afirmou que “essa é a universidade que nós acreditamos, vestida de povo, de cor, de pluralidade e vestida de diversidade”.
Ao final, o Pai Bolinha de Ogum fez uma benção de Oxalá, seguida de oração.
A exposição Negro e Lindo é dedicada à cantora Elza Soares, sendo uma continuidade de eventos semelhantes realizados em 2000 e 2011. É considerada uma das primeiras ações de visibilidade do movimento negro em Mossoró.