Será realizado no dia 14 de setembro mais um Colóquio do Mestrado em Física, cujo tema é “ASTROESTATÍSTICA – O RESSURGIMENTO DE UM CAMPO DE ESTUDO”. O Palestrante é o Professor Dr. José Ronaldo P. Silva (UERN).
O evento será às 15h:30 no Auditório do PRODEPE, que fica na Faculdade de Ciências Naturais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (FANAT / UERN).
Abaixo o resumo da palestra:
“No passado, Astrônomos famosos foram também bons estatísticos. Os egípcios e babilônios classificaram astros e analisaram dados para fazer previsões há mais de 1500 anos. Hipparcos determinou os equinócios e mediu a duração do ano usando estatística descritiva. Galileu realizou estudos estatísticos dos erros de medidas, mostrando que são simetricamente distribuídos. Kepler aplicou séries temporais desigualmente espaçada para elaborar seu modelo da órbita elíptica de Marte e Halley estabeleceu os fundamentos da estatística para avaliação de riscos. Entretanto, nos séculos IXX e XX a Astronomia distanciou-se da Estatística. Na Astrofísica e na Cosmologia, todos os esforços foram direcionados para entender a natureza física dos objetos e do Universo. A Estatística ficou limitada basicamente a contagem de estrelas e galáxias, embora tenha se desenvolvido bastante em áreas da Medicina, Ciências Sociais, Meio Ambiente e Ecologia. Hoje estão sendo desenvolvidos diversos esforços para reunir a Astronomia e a Estatística em um único campo de estudo, a Astroestatística. Esses esforços encontram motivação principalmente na nova Astronomia do século XXI, onde instrumentos como Sloan Digital Sky Survey e Large Synoptic Survey Telescope produzirão bancos de dados para bilhões de objetos. A análise e interpretação desses dados apontam para a necessidade de ir além da abordagem estatística padrão. A Astroestatística surge portanto da necessidade da aplicação de novas ferramentas estatísticas para tratamento, análise, classificação e identificação de padrões nessas grande bases de dados, as quais deverão revelar eventos raros e mesmo ainda desconhecidos dos astrônomos”.