De sonhos, de pessoas que acreditam e, sobretudo, de oportunidades. É disso que é feita a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Uma instituição que nasceu no interior do Estado e que tem possibilitado a estudantes e famílias desde a zona rural de pequenos municípios potiguares a países do exterior a sonharem com uma vida melhor.
Na noite desta terça-feira, 90 famílias, representadas pelos graduandos das Faculdades de Serviço Social (FASSO), de Letras e Artes (FALA) e de Ciências Exatas e Naturais (FANAT) celebraram não apenas a possibilidade de sonhar, mas a realização de um sonho. Parentes, amigos e representantes da comunidade acadêmica lotaram o Teatro Dix-huit Rosado para comemorar junto com os formandos as conquistas de cada um.
A graduada Sabrina Raquel, do curso de Letras, fez questão de levar à cerimônia de colação de grau a sua caixa de trufas, símbolo de sua luta e perseverança. Moradora da comunidade de Piquiri, zona rural de Mossoró, a estudante começou a vender trufas desde o primeiro período para custear os gastos cotidianos na Universidade, como xérox, transporte, alimentação. Hoje, ela exibe orgulhosa o diploma como primeira graduada da família.
“O sentimento é inexplicável. É um turbilhão de emoções. Sinto que todas as dificuldades que passei, pegando carona, vendendo trufas, foram recompensadas por hoje estar com meu diploma. A sensação é de dever cumprido”, declara a graduanda, destacando que pretende tentar um mestrado, um concurso e buscar novas oportunidades.
Além de oportunizar o acesso ao ensino superior aos estudantes do Estado, a UERN também abre suas portas para acolher aqueles que vêm de qualquer parte do mundo. O sentimento de acolhida foi o que a chilena Cecília Carolina Lamas Zamorano constatou quando chegou à Universidade. Morando há alguns anos no Brasil, ela já dava aula de Espanhol, mas sentia falta da formação superior, que o local onde residia não oferecia.
“Conheci a UERN através da minha filha e para minha surpresa fui aprovada no curso de Letras-Espanhol”, revela. Ela conta que a dificuldade que teve foi com a língua portuguesa e a escrita, uma vez que aprendeu sozinha. “A UERN salvou minha vida de muitas maneiras. Sou muito grata aos professores e ao curso que me ofereceu diversas possibilidades”, enfatiza Cecília Carolina Lamas, que foi uma das congratuladas com a medalha do mérito acadêmico.
O mundo de oportunidades que a UERN oferece foi destacado no discurso do orador Anderson Victor Gonçalves de Medeiros. Citando sua própria história, como estudante de escola pública e LGTBQI+, ele destaca que a Universidade representa um espaço de inclusão e reparação social com as minorias, dando a possibilidade de sonhar com um curso superior. “Foi muito difícil para muitos chegarem até aqui. Que esse diploma represente a consolidação da esperança em seus corações e que vocês usem esse conhecimento para transformar vidas”, declarou.
A vice-reitora Fátima Raquel Rosado Morais endossou o discurso do orador, destacando que a UERN possibilita que os filhos de agricultores, pedreiros, professores, médicos, empresários estudem em uma universidade pública e de qualidade, sem distinção, com as mesmas oportunidades de formação profissional, sem precisarem ir para os grandes centros. “Há 51 anos, a UERN tem contribuído para transformação de vidas. Temos formado profissionais com excelente qualidade. Tenham orgulho de serem UERN”, finaliza.