A Comissão Uern Mulheres apresentou, na manhã desta segunda-feira (7), o relatório final das pesquisas que objetivaram nortear a construção da política de enfrentamento à violência contra mulheres no âmbito da Universidade.
O documento foi apresentado à reitora Cicília Maia, na Sala dos Conselhos da Reitoria, com a presença das mulheres que compõem a comissão e de representantes da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep), da Ouvidoria e do Diretório Central das e dos Estudantes (DCE).
Além de trazer dados relacionados à violência contra as mulheres, a partir de pesquisas feitas pela própria comissão, o relatório trouxe a proposta de uma minuta de resolução que institua a Política Pública de Prevenção e Enfrentamento às Violências contra as Mulheres na Uern.
A proposta estará disponível para consulta pública a partir desta terça-feira (8) até o dia 17 de março, para ser em seguida encaminhada ao Conselho Universitário da Uern (Consuni), a quem caberá a apreciação.
Conforme o relatório apresentado pela comissão, que ouviu 238 mulheres da comunidade acadêmica (por meio eletrônico), 72,7% das respondentes relataram já ter sofrido algum tipo de violência, com predomínio de violência doméstica e familiar (42,6%), assédio sexual (47,2%) e assédio moral (43,8%).
Quando indagadas sobre o local da ocorrência, 30,9% das mulheres informaram já ter sofrido violência no âmbito da Universidade. Ainda de acordo com o documento, em 21% das respostas, servidores docentes foram apontados como autores da violência, enquanto colegas de trabalho ou de curso (no caso de discentes) representaram 13,8%.
Conforme a reitora Cicília Maia, a pesquisa e o relatório são fundamentais não apenas para a conscientização na Universidade, mas também para a propagação das posturas e ações de enfrentamento à violência contra a mulher na sociedade como um todo.
“Nós somos multiplicadores. O que a gente discute não fica só aqui na universidade, é levado para outros ambientes, para as escolas, vai se difundindo continuamente”, destacou.
A pró-reitora de Ensino de Graduação, professora Fernanda Abreu, uma das participantes da comissão, salientou que os dados, reflexões e propostas apresentados são fundamentais para atuação em dois eixos: o enfrentamento direto aos casos de violência e também a prevenção, para que a incidência dos casos caia continuamente.
“Como Ouvidoria, o que nós esperamos é poder dizer nos próximos anos que, a partir dessa política, os números melhoraram, que há mais respeito, que a luta foi fortalecida”, corroborou a ouvidora da Uern, Séphora Edith Nogueira.
Presente a cerimônia de entrega do plano, a coordenadora do DCE Jaqueline da Silva, membro da comissão, frisou que o documento é um passo signficativo também para conceder mais segurança às vítimas de diferentes tipos de violência que, muitas vezes, silenciam sobre os casos com medo de perseguições ou ações relacionadas.
A comissão que elaborou o relatório final é composta pelas servidoras técnicas-administrativas Ana Angélica Nogueira, Bianca Valente de Medeiros e Séphora Edith Couto, pela discente Francisca Jaqueline da Silva e pelas docentes Fernanda Abreu de Oliveira e Suamy Rafaely Soares.
Uern por Elas
A entrega do relatório compõe a programação da campanha Uern por Elas, promovida por diversos setores da Universidade em referência ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março.
Ao longo de todo o mês, uma série de ações será realizada em todos os campi da Universidade.
Nesta terça-feira, marcando o Dia Internacional da Mulher, será lançado o vídeo institucional em referência à data e às ações da campanha.
Durante todo o mês, a programação da UERN TV contará com inserção de temas referentes aos direitos, saúde e outras pautas relacionadas às mulheres.
Os temas serão abordados no programa Saúde em Foco, que vai ao ar às quintas-feiras, às 11h30, no canal 23.1 da TCM, no Facebook e no canal da UERN TV no YouTube.
Ao longo do mês, serão abordados os temas “Menopausa e climatério” (10/3), “Alimentação saudável, nutrição, vida saudável” (17/3) e “Mulher e seus corpos – autoimagem, autocuidado, empoderamento e sororidade” (24/3).
A campanha conta ainda com uma série de atividades desempenhadas pelo projeto Reconecta e pelo Núcleo de Práticas Integrativas (Nupics), abrangendo alunos de todos os campi.