Foi realizada na noite de segunda-feira (18) o I Seminário de Pesquisa Antropológica, realizado pelo Departamento de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
O evento debateu o Projeto “Agrovila Palmares: a resistência de um povo contra o ‘projeto da morte’” realizado pelos alunos das disciplinas pesquisa de campo em Antropologia e Antropologia Educacional.
O primeiro momento do evento foi a mostra audiovisual com o documentário “Com Lenço e Documento” e a animação “Terra Nossa de Cada Dia”. Também foi realizada uma exposição fotográfica e a apresentação dos trabalhos realizados pelos alunos.
O ponto alto foi a mesa redonda “A luta das Comunidades Rurais da Chapada do Apodi contra o DNOCS”. Os debatedores foram o Vice-Reitor e professor do Departamento de Ciências Sociais, Dr. Aécio Cândido e o prof. Dr. João Freire Rodrigues.
A professora Dra. Eliane Anselmo explicou que a ideia do evento partiu dos alunos dela nas disciplinas pesquisa de campo em Antropologia e Antropologia Educacional. “Fizemos um estudo de campo na Agrovila Palmares que terá casas desapropriadas por conta de um projeto do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas). Estudamos a luta do governo contra a população local”, frisou.
A pesquisa de campo foi uma sugestão da estudante de Ciências Sociais Wberlanne Pereira. “Faço parte do movimento sindical estava integrada nas discussões dos agricultores que são contra a forma como o projeto está sendo feito. Nossa pesquisa mostrou que traz mais prejuízos que benefícios. Fomos a Apodi e participamos de várias reuniões”, acrescentou.
O Vice-Reitor Aécio Cândido elogiou a iniciativa dos estudantes. “É fundamental o contato dos estudantes com seu tema de estudo e o tema clássico da antropologia é o campesinato. Levar o estudante a campo para estudar a agricultura é importante”, acrescentou.
ENTENDA
Os estudantes da UERN pesquisaram os efeitos do Projeto do Perímetro Irrigado na Chapada do Apodi que pode desapropriar 13.855 hectares com a finalidade de implantar um programa de fruticultura irrigada que será comandado por quatro grandes empresas do agronegócio. Calcula-se que cerca de 6 mil agricultores de trinta comunidades na região sejam deslocados de forma forçada. O caso envolve pessoas que estão no local há mais de 50 anos.