A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) conquistou a sua primeira patente. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu a outorga aos seus titulares da propriedade de invenção do “Processo de Obtenção de Niobiosilicatos (Nbs-15) Nanoporosos com ajuste de PH via solução de HCl/KCl”.
Os autores da ideia patenteada são os professores doutores: Anne Gabriella Dias Santos e Luiz Di Souza (In Memorian), da Uern; e Antônio Souza de Araújo e Valter José Fernandes Júnior, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O pedido de patente foi depositado em outubro de 2014.
A patente refere-se a um processo de obtenção de nanomateriais contendo sílica e nióbio, dois compostos químicos. “O desenvolvimento e inovação se deu no processo de síntese e obtenção desses materiais”, informa a professora Anne Gabriella, destacando que trata-se de um material que pode ser utilizado em diferentes aplicações ambientais.
Ela ressalta que a patente obtida é do processo de desenvolvimento deste nanomaterial. “Patenteamos o processo de síntese, que pode ser utilizado para fazer outros materiais que tenham outras composições utilizando esse mesmo processo de síntese. A aplicabilidade é bem ampla porque pode ser utilizado para a produção de biocombustíveis, bioaditivos, até outros processos voltados à questão de tratamento de efluentes. Então, a gente está patenteando o processo de obtenção desse material”, frisa.
A ideia que originou o desenvolvimento da patente nasceu no processo de doutoramento da professora Anne Gabriella. “Depois de tentarmos obter esses materiais por sínteses e métodos convencionais, que já tinham na literatura, e não obter sucesso, veio a ideia de fazer a pesquisa, em conversas com o professor Luiz Di Souza. Fizemos o estudo e chegamos com êxito ao resultado obtido. Então, foi feito todo um apanhado na literatura e visto que não havia nada sobre esse processo de síntese, demos entrada com o pedido de patente”, conta.
Para Anne Gabriella, a obtenção da carga patente representa uma conquista para os pesquisadores, pois dá ânimo para seguir pesquisando e buscando sempre inovar e contribuir para o desenvolvimento da ciência e inovação do Brasil. Ao mesmo tempo, representa uma conquista para a Uern, que vem avançando nas pesquisas e na inovação tecnológica.
A reitora em exercício, Profa. Dra. Fátima Raquel Rosado Morais, ressalta que para a Uern a conquista dessa patente mostra todo o esforço e compromisso de quem vive a instituição para produzir tecnologia e inovação. “Essa conquista mostra ainda que a Uern tem potencialidade para produzir cada vez mais novos produtos e processos. Temos a certeza que essa conquista será a primeira de muitas”, comemora.
O pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, Rodolfo Cavalcanti Lopes, destaca que a patente é de suma importância para a comunidade acadêmica. “Essa conquista representa um grande passo no que se refere às novas concepções que permeiam a produção do conhecimento acadêmico. Nos últimos anos, a Uern tem trabalhado com o intuito de fortalecer as lógicas da inovação e empreendedorismo de maneiras transversais, isto é, inerentes às diversas áreas do conhecimento. Nesse sentido, a Uern avançou muito nos últimos anos em ideias inovadoras e muitas delas já começaram a apresentar frutos. Isso demonstra o valor da instituição e o impacto dela na transformação da sociedade”, diz.
Universidade possui mais de 30 pedidos de patente em análise
Atualmente, a Uern possui 34 pedidos de patente em análise, contando com os pedidos que a Universidade é co-titular. “Temos 22 pedidos depositados pela Uern e mais 12 pedidos depositados por outras instituições onde a Uern é co-titular”, revela a assessora para assuntos de Inovação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, Priscilla Felipe de Sousa.
Além dos pedidos de patente de invenção em análise, a Universidade conta com 26 registros de programas de computador já concluídos e quatro pedidos de registro de marca em análise no INPI.
Nos últimos 10 anos, o crescimento de pedidos foi exponencial, passando de apenas uma solicitação de registro de propriedade intelectual em 2009 para os atuais 48 pedidos, seja patente ou registro de programas de computador, considerando apenas os projetos nos quais a Uern é titular. As patentes registradas são frutos de pesquisas desenvolvidas na região e contam com a participação de docentes/pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduação da Uern, além de docentes e discentes de outras Instituições de Ensino Superior (IES) parceiras.
Para estimular ainda mais a produção de pesquisas inovadoras, a Universidade conta com o Departamento de Inovação e Empreendedorismo. Vinculado à Propeg, o Departamento é responsável por incentivar, apoiar, fomentar e desenvolver ações ligadas à inovação, ao empreendedorismo e à proteção da propriedade intelectual no âmbito da Instituição, bem como buscar e incentivar parcerias externas que possam potencializar a captação de novos recursos e a aplicação dos conhecimentos e competências desenvolvidos junto à comunidade acadêmica.
O DIE engloba o Núcleo de Inovação Tecnológica – NIT e os setores de Propriedade Intelectual e Inovação, de Projetos e Parcerias e o de Empreendedorismo.