Uma universidade socialmente referenciada tem na sua produção e reprodução de conhecimento e na sua razão de existir como papel fundamental a construção de uma sociedade justa e igualitária e que promova a emancipação das pessoas. Que mude realidades e transforme vidas, assim como tem feito a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) em seus quase 54 anos de existência.
Graças a uma ação germinada no curso de Enfermagem do Campus de Caicó, as crianças e adolescentes da cidade de Cruzeta estarão mais protegidas e seguras quando estiverem na escola, porque agora os(as) profissionais(as) da educação da cidade distante 40 quilômetros da unidade uerniana do Seridó estão participando de uma capacitação em primeiros socorros.
A Lei Nº 13.722, de 04 de outubro de 2018, conhecida como Lei Lucas, torna obrigatória a capacitação em noções básicas de primeiros socorros de professores e funcionários de estabelecimentos de ensino públicos e privados de educação básica e de estabelecimentos de recreação infantil até que o suporte médico especializado, local ou remoto, se torne possível.
Os profissionais devem estar preparados para eventuais sinistros, tais como engasgamentos, quedas, eventos convulsivos, paradas cardíacas ou respiratórias, afogamento, cortes, queimaduras e exposição a descargas elétricas.
Ir além dos seus muros e levar prestação de serviços à sociedade é papel que a Uern sabe fazer e faz bem, especialmente quando recebe a missão de capacitar esse público da rede municipal de educação cruzetense.
Idealizado, sonhado, estudado e executado pela aluna Débora Medeiros, do 9º período do curso de Enfermagem, o projeto de extensão “Capacitação em primeiros socorros para professores e funcionários do ensino básico do município de Cruzeta/RN” teve ainda como uma das etapas primordiais regulamentar a lei no âmbito municipal para poder ser, enfim, efetivada.
E isso foi colocado em prática na última terça-feira, 06, com a formação de cerca de 90 profissionais de três escolas. No próximo dia 12, participarão mais 60 de outras duas instituições de ensino. No decorrer do ano, outros momentos contemplarão mais profissionais, inclusive de instituições particulares.
Apoiam a iniciativa a professora da Uern Líria Alvino, a Liga Acadêmica de Emergência do Seridó (Laes) da Uern e a Prefeitura Municipal de Cruzeta.
A expectativa é de que o projeto possa ser expandido para outros municípios. E há necessidade disso, uma vez que a Lei Lucas, de abrangência nacional, ainda não foi colocada em prática na maior parte do RN, do país como um todo.
“É importante e necessário que outros vereadores regulamentem essa lei em outros municípios, tendo em vista que o conhecimento sobre primeiros socorros deve ser público para qualquer indivíduo e que outros alunos/profissionais façam a devida aplicação. Porque mais importante do que regulamentar/criar uma lei é realizar sua aplicação de forma eficiente e satisfatória”, defendeu Débora Medeiros.
Líria Alvino, orientadora da estudante, corrobora enfatizando a importância de proteger as crianças. “Estou muito feliz em fazer parte, entusiasmada com a participação das pessoas. Acredito que essa ação pode vir a minimizar alguns agravos que as crianças podem apresentar em suas escolas”, completou.
Bastante orgulhosa dos resultados que o projeto de extensão já vem apresentando, Débora se sente motivada a continuar fazendo mais.
“Sinto orgulho em fazer parte, em compor a Uern, uma niversidade de poucos recursos, mas sempre disposta a realizar ações em prol da sociedade. E essa visão de mudar realidades e transformar vidas deve partir dos estudantes ainda durante a sua graduação, para que quando se tornarem profissionais possam atuar de forma mais humana. E o elo entre aluno/professor nessa batalha de mudar realidades é fundamental. Líria, ao saber da minha ideia, sempre foi muito entusiasmada, depositou confiança e me encorajou a ir mais longe, a fazermos o que ninguém tinha feito. Enfim, faria tudo de novo, do mesmo jeitinho”, destacou a estudante.
Para o titular da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), professor Esdras Marchezan, uma ação de extensão desse porte é importante porque mostra o impacto da extensão no dia a dia das pessoas.
“O projeto começou a ser realizado, ganhou uma dimensão importante a ponto do município reconhecer esse trabalho da Uern e regulamentar uma lei tornando obrigatório esse curso. E essa qualificação ser ofertada pela Uern é motivo de honra, de orgulho, por saber que cada vez mais a nossa comunidade uerniana, professores, técnicos, estudantes estão e são comprometidos com a melhoria da nossa sociedade. É motivo para parabenizar todas as pessoas envolvidas e também agradecer a confiança da população no projeto que tenho certeza que vai render ainda muitos frutos”, comentou.
Aniversário
No dia 28 de setembro a Uern completa 54 anos de existência. Uma extensa programação está sendo preparada para comemorar a data junto à comunidade acadêmica e àsociedade potiguar.
