Mesmo com os desafios impostos pelos contingenciamentos de recursos e pelas adversidades da pandemia do novo coronavírus, a pesquisa científica na Universidade do Estado do Rio Grande de Norte (UERN) manteve a tendência de crescimento dos últimos anos em vários indicadores: há mais grupos de pesquisa, mais publicações e projetos institucionalizados.
Atualmente são 114 grupos de pesquisa em atividade espalhados por todos os campi, contemplando 282 linhas de pesquisa, envolvendo 262 professores doutores e 604 alunos.
São mais de 400 projetos de pesquisa institucionalizados em andamento, incluindo projetos contemplados com 78 bolsas do Programa Institucional de Iniciação Científica (PIBIC), 07 bolsas do PIBIC-Ações Afirmativas (PIBIC-Af), 60 do PIBIC Ensino Médio (PIBIC-EM) e 11 do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI).
Todas financiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e 100 bolsas Pibic financiadas com recursos próprios da Uern (representando um aumento de 43% em relação a 2020).
“O panorama da pesquisa em nossa instituição é notável”, elogiou a professora Dra. Ellany Gurgel Cosme do Nascimento, titular da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PROPEG).
A Universidade conta com 20 programas de pós-graduação (com 26 cursos, sendo 22 mestrados e 04 doutorados), que compreendem sete das nove grandes áreas do conhecimento reconhecidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e CNPq: Ciências Biológicas; Ciências da Saúde; Ciências Humanas; Ciências Sociais Aplicadas; Ciências Exatas e da Terra; Linguística, Letras e Artes e Multidisciplinar.
Os anais do Salão de Iniciação Científica da Uern da edição 2019/2020 demonstram a diversidade dos projetos de Iniciação Científica e Tecnológica desenvolvidos na instituição, com 24 resumos expandidos na área de Ciências Exatas e Tecnológicas, 97 em Ciências Humanas, 40 em Ciências Sociais Aplicadas, 83 em Ciências da Vida e 60 na área de Linguística Letras e Artes, fruto dos Programas Pibic, Pibiti e Pibic-EM.
Na edição 2020/2021 do Pibic, foram 263 professores com projetos aprovados com a participação de 465 alunos de graduação.
“Lembrando que a maior parte das publicações científicas no universo acadêmico deriva das dissertações e teses de mestrado, as quais, muitas vezes, representam o desenvolvimento natural de projetos que começam na iniciação científica. Nos últimos 03 anos, por exemplo, foram publicados mais de 1.300 artigos em periódicos científicos por parte de discentes e docentes desses cursos”, acrescentou a pró-reitora.
Em termos de infraestrutura de pesquisa, são 35 laboratórios institucionalizados, alguns com equipamentos multiusuários adquiridos através de editais de agências de fomento à pesquisa (Capes e Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP).
Por fim, a Uern registrou 78 Propriedades Intelectuais no total, em parcerias com a UFRN, FUB, UNESP, UFERSA, IFRN, UFSC, UFC, sendo 38 patentes, 33 programas de computador e 7 marcas.
Para o professor Dr. Dulcian Medeiros de Azevedo, do curso de Enfermagem do Campus Avançado de Caicó, a universidade pública brasileira cresce através da pesquisa, sobretudo através dos programas de pós-graduação stricto sensu.
“Neste quesito, a Uern tem avançado muito na última década. A pesquisa científica brasileira é majoritariamente acadêmica e pública, é fato”, completou o docente que também atua no Mestrado Profissional da Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em Caicó.
Suas pesquisas estão relacionadas, em sua maioria, a questões envolvendo a política de saúde pública no campo da saúde mental, sobretudo relacionadas à implementação dos preceitos antimanicomiais e reformistas (Reforma Psiquiátrica), mas também há trabalhos que se voltam para intervenção/assistência clínica.
Ranking
Dulcian Medeiros de Azevedo e mais 25 pesquisadores da Uern figuram no ranking elaborado pelo Latin America Top 10.000 Scientists (Brazil, Russia, India, China, and South Africa) – AD Scientific Index 2021, divulgado no início deste mês.
Trata-se de um sistema de classificação e análise com base no desempenho científico e no valor agregado da produtividade científica dos cientistas. É uma classificação que apresenta a produtividade total e os valores dos últimos 05 anos do índice i10 (número de publicações com, no mínimo, 10 citações), índice h (resultado do equilíbrio entre o número de publicações e o número de citações), baseados em pontuações e no número de citações no Google Acadêmico.
Além disso, a proporção do valor dos últimos 05 anos corresponde ao valor total dos índices acima mencionados. Por meio dessa classificação acadêmica, os cientistas e as instituições de ensino podem monitorar, ao longo do tempo, a evolução desse desempenho em todos os campos e assuntos de interesse científico.
O Índice Científico AD mostra a classificação de um cientista individual por 12 assuntos (Agricultura e Silvicultura, Artes, Design e Arquitetura, Negócios e Gestão, Economia e Econometria, Educação, Engenharia e Tecnologia, História, Filosofia, Teologia, Direito, Direito e Estudos Jurídicos, Medicina e Ciências da Saúde, Ciências Naturais, Ciências Sociais e Outros).
O docente confessa que foi pego de surpresa com a menção no sistema de classificação.
“Eu vejo como uma consequência positiva daquilo que já faço enquanto docente de graduação, preocupado com a formação neste nível. Como se sabe, na maioria das universidades públicas o docente não é obrigado a realizar pesquisa, ao mesmo tempo em que se considera que, num campo de formação mais amplo (níveis de graduação e pós-graduação), ela é imprescindível.
Foi inesperado, e muito prazeroso, mas não me vejo ‘diferente/melhor’ dos demais colegas da Uern que realizam pesquisas. Acho até que existem professores, inclusive do meu curso, melhores do que eu neste campo (pesquisa científica)”, comentou Dulcian.
Mesmo com as dificuldades de financiamento, infraestrutura e de equipamentos, o docente não se deixa abalar.
“Penso que é possível pensar a pesquisa num contexto de formação da graduação de maneira mais ampla, propiciando aos estudantes oportunidades diversas de aprendizado. Sempre digo que nosso objetivo não é fazer a ‘melhor pesquisa’, e sim que a pesquisa deva ter um ‘sentido’ para o aluno de graduação. Se existe isso, a consequência na formação é grandiosa e impactante”, completou.
Pesquisadores da Uern mencionados no ranking AD Scientific Index 2021:
1. Thomas Dumelow
2. Marco Aurélio M Freire
3. Dulcian Medeiros de Azevedo
4. Thales Fernandes
5. João Maria Soares
6. Márcia Regina Farias da Silva
7. Kleberson de Oliveira Porpino
8. Kelânia Freire Martins Mesquita
9. Francisco Dantas
10. Cynthia Cavalcanti de Albuquerque
11. Maria Irany Knackfuss
12. Jandeson Dantas da Silva
13. FC Carvalho
14. Paula Vivianne de Queiroz Moreira
15. Anderson Abner de Santana Souza
16. Danielle Peretti
17. Georgia Costa de Araújo Souza
18. Suely Souza Leal Castro
19. Dayane Pessoa de Araújo
20. Ellany Gurgel Cosme do Nascimento
21. Marquiony Marques dos Santos
22. José Rodolfo Lopes de Paiva Cavalcanti
23. Rommel Wladimir de Lima
24. Dario José Aloise
25. Emanoel Márcio Nunes
26. Pedro Fernandes Ribeiro Neto