Comitê Covid-UERN recomenda reforço em cuidados e distanciamento social

Os membros do Comitê Covid-UERN construíram nota técnica para orientação e recomendações à comunidade uerniana e geral sobre a necessidade do reforço de cuidados, neste período de final de ano, contra o contágio pelo novo coronavírus. Os especialistas apresentam também um panorama sobre a pandemia, expondo dados interessantes para compreender a evolução da Covid-19 no Brasil.

O Comitê Covid-UERN foi instituído pela universidade para assessoramento e orientação à gestão da instituição quanto às medidas adotadas durante a pandemia da doença. Na nota, o comitê reforça a necessidade das atividades presenciais continuarem suspensas, no âmbito da Uern, e apresenta informações sobre ações de planejamento executadas pela instituição. A presidência do comitê é da reitora em exercício, profa. Fátima Raquel Rosado Morais.

NOTA TÉCNICA – COMITÊ COVID-19/UERN

Ao encerrar o ano de 2020, marcado pela pandemia global do novo coronavírus, as medidas de distanciamento social permanecem como as ações mais eficazes contra a transmissão do SARS-CoV-2, coronavírus causador da Covid­-19. No Brasil, o total de óbitos já passa de 190 mil pessoas. Num período de festejos de Natal e Ano Novo, muitas famílias estão marcadas pelas ausências daqueles que partiram e muitas outras pelo sofrimento de acompanhar parentes e amigos lutando pela vida em unidades hospitalares. Neste cenário, não há desejo maior que a saúde global para toda a humanidade.

A apresentação dos dados epidemiológicos em relação ao aumento de casos de Covid-19 tem provocado apreensão e incertezas sobre o final de ano. Os dados referentes ao dia 25 de dezembro de 2020 apresentavam um total de 25.690 novos casos no Brasil, com 584 novos óbitos. Trata-se do resultado da mudança, ou amplificação dos comportamentos de pouca ou nenhuma prevenção sobre a transmissão do vírus quando, sem vacina ou constatação de terapêuticas eficazes, não há perspectiva de apontar caminhos sobre o fim da pandemia, o que impossibilita também a previsibilidade sobre retorno das atividades presenciais no âmbito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Seguir os protocolos já determinados continua sendo a orientação mais prudente. (https://covid19br.wcota.me/)

Passados cerca de onze meses, desde que a Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) por Covid­-19 foi reportada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – que rapidamente assumiu o status de pandemia (11 de março), a ciência ainda busca medicamentos e vacinas eficazes no enfrentamento ao SARS­-CoV-­2. De fato, avanços científicos foram muitos. Chegamos ao fim de 2020 com a notícia de vacinas de eficácia comprovada (Pfizer, Moderna) e em fase de testes avançados (Sinovac/­Butantan, Oxford/AstraZeneca/Fiocruz, Sputnik/Gamaleya). A ciência biomédica e os modos de cuidar dos pacientes evoluíram. Aprendemos muito sobre a doença e suas manifestações clínicas e vidas puderam ser salvas pelas mãos dos profissionais de saúde. Muitos destes profissionais formados pela Uern, estudantes ou servidores desta instituição.

Mesmo assim, não vencemos a maior crise sanitária deste século. Muitas dúvidas ainda se interpõem entre os recursos disponíveis nos serviços de saúde e os pacientes que evoluem para os quadros graves. Muitos desafios temos para o ano vindouro. A curva epidemiológica, no futuro breve, refletirá, sem sombra de dúvidas, as atitudes individuais, familiares e coletivas que tomaremos no agora. Precisamos ser responsáveis, éticos, ter empatia pela vida, pelo outro. Aprender com o passado recente e repensar nossos comportamentos. Agir de forma a potencializar o nosso bem-estar individual, das nossas famílias e da nossa comunidade. A história das epidemias nos ensina que elas podem ser controladas. A ciência, os pesquisadores e os profissionais de saúde se debruçam, estudam e propõem o caminho mais propício a seguir. Acredite!

No Rio Grande do Norte, os idosos são o grupo com maior quantitativo de óbitos (72,39%). A letalidade entre adultos na faixa etária dos 20 aos 59 anos é de 0,85%, sendo as comorbidades mais prevalentes a diabetes (28,65%), doenças cardíacas (26,09%), obesidade (6,39%), doença renal crônica (5,29%), doenças respiratórias (4,38%), dentre outras. Para a data de 17 de dezembro, foram notificados 747 novos casos e 9 novos óbitos no dia 18 de dezembro. A ascendência da curva para a contabilização de novos casos reflete a dinâmica social, em que o aumento de fluxo de pessoas dentro de determinado domicílio pode avançar para a disseminação do vírus entre indivíduos assintomáticos dentro da própria família para pessoas dos grupos de risco, inadvertidamente.

Trata-se de ser de suma importância a adoção das medidas de distanciamento, isolamento, uso de máscaras, álcool e solução sanitária dentro das residências. O cuidado hoje reside muito mais em saber que o outro estará bem quanto menos lhe oferecer risco de contaminação. A prudência se intensifica agora não pelo toque, mas pela distância cautelosa. (https://covid.lais.ufrn.br/#pacientes) e https://agencia.fiocruz.br/sites/agencia.fiocruz.br/files/u35/_cartilha_cuidados_final-de-ano_2020-12-15.pdf

O advento de mutações com relação ao vírus SARS-CoV-2 não aponta para necessariamente uma maior letalidade do mesmo. Contudo, considerando perspectivas biológicas à luz de processos evolutivos, as mutações ocorrem devido à adaptação dos indivíduos ao meio, bem como ambientes e condições que favoreçam suas funções reprodutivas – no caso dos vírus, de replicação. A curto ou médio prazo, a inserção de mais uma cepa do novo coronavírus no Brasil poderia se direcionar a um aumento na taxa de reprodutibilidade do vírus dentro de uma determinada população, ou seja, um aumento na sua capacidade de infectar pessoas. Dito isto, a prevenção da infecção de Covid-19 nasce da sensibilização da sociedade, fazendo frente aos riscos e adotando medidas de proteção – de si e do outro.

Outrossim, a convivência ou natureza da comunidade acadêmica com relação aos grupos de risco, bem como à imprevisibilidade da manifestação de sintomas de maior gravidade nos diferentes grupos etários, implicam em maior movimentação dentro das famílias, para os ambientes de estudo, sejam os campi ou núcleos. Existindo os indivíduos assintomáticos e que porventura não saibam estar carregando determinada carga viral, o aumento do fluxo de pessoas representa um risco para o aumento da taxa de transmissibilidade na comunidade. Para tanto, a Uern segue na modalidade de ensino remoto e ensino híbrido para os componentes curriculares conforme planejamentos departamentais, mantendo a postura adotada desde 15 de março quando determinou a suspensão das atividades presenciais.

Diante desse quadro, a universidade tem realizado com suas equipes um trabalho de planejamento e preparação para garantir um retorno seguro às atividades presenciais, quando autorizado pelas autoridades sanitárias. Foram estabelecidos e divulgados protocolos de segurança a serem adotados, realizados treinamentos com o corpo técnico, instalados “dispensers” de álcool gel ao longo dos corredores da instituição, realizadas melhorias na infraestrutura dos banheiros, dentre outras medidas.

Em parceria com o Governo do Estado, a universidade realizou testagem de servidores, prestando orientação e acompanhamento àqueles com notificação de casos positivos para Covid-19. Capacitações e auxílio psicossocial têm sido prestados ao corpo docente, discente e técnico-administrativo, durante a realização do semestre 2020.1. Para garantir melhor suporte aos estudantes, todas as bolsas de extensão e pesquisa foram mantidas e auxílios de inclusão digital foram criados e concedidos aos discentes.

Dadas as festividades e comemorações do Natal e do Réveillon, sabe-se que há um aumento da mobilidade de pessoas entre cidades e encontros de parentes e amigos em ambientes privados. No entanto, é importante reforçar algumas medidas de segurança como ficar em casa e celebrar apenas com pessoas que já moram juntas.

Além disso, usar máscara sempre que não estiver comendo ou bebendo; atentar para troca da máscara considerando o tempo de uso, presença de umidade ou sujidade; manter a distância de pelo menos dois metros entre as pessoas; evitar apertos de mão ou abraços; lavar as mãos com frequência com água e sabão ou com álcool em gel; e dar preferência aos espaços abertos e bem ventilados.

Por fim, este Comitê vem ao encontro das necessidades da comunidade uerniana desde o início da pandemia, debruçando-se sobre estudos, notícias, projeções e possibilidades de luta contra o vírus de maneira incessante. A tomada de decisões ultrapassa os limites do que seja difícil, respeitando acima de quaisquer outros valores, a vida humana. Não apenas daqueles implicados diretamente pela convivência institucional, mas de toda a família que permeia o discente, o técnico administrativo, o docente, os colaboradores terceirizados. Deste modo, a UERN se capilariza até os mais recônditos espaços do Rio Grande do Norte, até outros estados em todo o Brasil. A afetação de um indivíduo pode despertar uma reação em cadeia matematicamente e inesperadamente ruim. Este é o nosso compromisso. A preservação de toda a sociedade, compreendendo o sentimento de coletividade que ora nos une e exige de nós sempre e cada vez mais o pensamento, postura e atitudes empáticas, robustas e responsáveis.

Com o respeito às orientações dos órgãos de saúde e manutenção permanente dos cuidados, desejamos a todos um Feliz Ano Novo com votos de muita saúde a todos.

 

 

COMITÊ COVID-19/UERN

 

Profa. Fátima Raquel Rosado Morais – Reitora em exercício e Presidente do Comitê

Prof. Fabiano Rodrigues Maximino – Docente da Faculdade de Ciências da Saúde (FACS/UERN)

Prof. Thales Allyrio Araújo de Medeiros Fernandes – Docente da Faculdade de Ciências da Saúde (FACS/UERN)

Profa. Amélia Caroline Lopes Fernandes – Docente da Faculdade de Enfermagem (FAEN/UERN)

Profa. Kalidia Felipe de Lima Costa – Docente da Faculdade de Enfermagem (FAEN/UERN)

Prof. Dácio Michel da Cruz Souza – Professor do Campus Avançado de Natal (UERN/Natal)

Profa. Maria Isabel da Conceição Dias Fernandes – Docente do curso de Enfermagem do Campus Avançado de Caicó (UERN/Caicó)

Profa. Janieiry Lima de Araújo – Docente do curso de Enfermagem do Campus Avançado de Pau dos Ferros (UERN/Pau dos Ferros)

Prof. Esdra Marchezan Sales – Assessor de Governança da Informação e Transparência

Prof. Wendson Dantas de Araújo Medeiros – Pró-Reitor de Ensino de Graduação (PROEG/UERN)

Profa. Jéssica Neiva de Figueiredo Leite Araújo – Pró-Reitora de Gestão de Pessoas (PROGEP/UERN)