Egresso da UERN que saiu da graduação para o doutorado destaca a importância da Iniciação Científica

“A Iniciação Científica na UERN foi responsável por tudo que ocorreu na minha vida acadêmica”, disse categoricamente o egresso do curso de Física, Rair Macêdo da Silva. Em 2013, o então graduando saiu da UERN direto para o doutorado na Universidade de Glasgow, Escócia. Hoje, ele é PhD em Física, se dedica a pesquisas e é professor na Universidade de Glasgow. 

Rair Macêdo foi o convidado especial da edição desta sexta-feira, 7, do projeto Uern Ciência – Webinários, que debateu sobre “Iniciação científica: seus desafios e sua importância”. O encontro contou também com a participação do Prof. Dr. Cláudio Vasconcelos, pró-reitor adjunto da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propeg), o técnico-administrativo, Ismael Nobre, e o Prof. Dr. Álvaro Lima, que mediou as discussões. 

Durante o webinário, Rair Macêdo contou um pouco da sua experiência acadêmica. Natural de Lagoa Nova, filho de pessoas humildes que não tiveram oportunidade de estudo, ele é o primeiro da família é ter um diploma universitário. E agora é o primeiro a ter um título de Doutor e Pós-doutor. 

Ele lembra que procurou pela Iniciação Científica logo no primeiro semestre da Faculdade. Aprovado pela sistema de cotas e morador da residência universitária, ele confessa que a motivação inicial foi a perspectiva que conseguir uma bolsa para poder se manter na cidade. “Morava na Residência Universitária e a grande maioria dos residentes estava envolvida em Iniciação Científica. Diante da dificuldade de me manter em Mossoró, procurei o professor Thomas Dumelow, na tentativa de conseguir participar como bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC)”, diz. 

Rair Macêdo relata que iniciou como voluntário do PIBIC e no segundo ano conseguiu uma bolsa. “Vindo de escola pública, logo no início não entendia o que a iniciação científica significava. Queria apenas ampliar meus conhecimentos para poder me preparar para a academia e, posteriormente, o mercado. Queria ter condições para terminar o curso, depois fazer um concurso para atuar como professor”, revela. Mas com na iniciação científica não só a visão do estudante mudou, como também o seu destino. 

Na iniciação científica, com a orientação do professor Thomas Dumelow, ele publicou 10 artigos em revistas internacionais, inclusive em um dos maiores periódicos de Física do mundo. Com base nos artigos publicados, Rair Macêdo recebeu um convite para cursar doutorado em Glasgow. 

“Graças a Iniciação Científica na Uern, eu estava preparado para cursar um pós-graduação no exterior. A Uern desenvolve pesquisas de altíssima qualidade e oferece aos alunos de iniciação científica a base necessária para sua vida acadêmica. A iniciação científica abriu as portas para tudo que me aconteceu. Sem o suporte da Uern desde o início da graduação, não estaria onde estou hoje”, diz o professor da Universidade de Glasgow. 

INICIAÇÃO CIENTÍFICA
O professor Cláudio Vasconcelos informa que o PIBIC surgiu há 69 anos, junto com a fundação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com o objetivo de criar uma base para pesquisas de pós-graduação mais robustas. “O PIBIC entende que é necessário trabalhar a pesquisa na graduação para poder otimizar ainda mais a pesquisa na pós-graduação”, destaca. 

O Chefe do Setor de Institucionalização de Pesquisa, Ismael Nobre, destaca que a iniciação científica é um forte diferencial para os alunos que desejam fazer um mestrado ou doutorado. “É muito difícil ter uma aluno no PIBIC que não consiga uma vaga no mestrado, pois este aluno passa a graduação pesquisando com doutores, apresentando trabalhos, melhorando a capacidade de pesquisar, escrever, publicar”, destaca. Além disso, a iniciação científica contribui significativamente para ampliar o pensamento crítico dos graduandos. 

Ele destaca que nos últimos anos, a Iniciação Científica tem crescido significativamente na Universidade. “Passamos de 30 para 100 bolsas no PIBIC/UERN”, ilustra. Além dos números de bolsas, a Uern registrou crescimento no número de projetos submetidos, a quantidade de projetos aprovados, o número de professores doutores envolvidos nas pesquisas. 

Além de melhorar quantitativamente e qualitativamente as pesquisas desenvolvidas na Uern, o PIBIC contribiu para a melhoria do rendimento dos alunos e os preparam para os desafios futuros.