O Prof. Dr. Francisco Carlos de Carvalho Melo, da Faculdade de Ciências Econômicas, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (FACEM/UERN), teve um artigo aceito na Revista Saúde e Sociedade, da Universidade de São Paulo (USP). O periódico tem Qualis A1 para Ensino e para Ciência Política, e A2 para Educação e para Administração.
Intitulado “Modelo conceitual aplicável a estudos sobre determinantes sociais da saúde em municípios brasileiros”, o artigo tem o objetivo de propor um modelo conceitual de Determinantes Sociais da Saúde (DSS) passível de aplicação operacional, ou seja, de ser reproduzido em modelos matemáticos ou estatísticos, a fim de subsidiar estudos e definir estratégias de saúde pública. Além do autor Francisco Carlos, o artigo tem como co-autores o Prof. Dr. Rodolfo Costa, Departamento de Economia da UERN, e o Prof. Dr. Jansen Del Corso, Escola de Negócios da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Francisco Carlos explica que modelos conceituais de DSS são desenvolvidos desde 1991 para demonstrar os mecanismos que afetam os resultados do sistema de saúde sobre as condições de vida das populações. “Esses modelos apresentam possíveis conexões entre os DSS e localizam pontos estratégicos para orientar as ações de políticas”, diz.
Contudo, apesar de úteis, estes modelos frequentemente são inadequados para os contextos locais. Isso acontece porque são consideradas variáveis muito díspares, reunindo fatores biológicos, genéticos, comportamentais, políticos, culturais e sociais em um mesmo quadro conceitual, com escassas indicações de como operacionalizá-los de maneira prática.
Nesse sentido, “o estudo visa contribuir para o preenchimento dessa lacuna”, destaca o professor. O artigo recorre à literatura para revisar modelos conceituais consagrados, identificar um conjunto de DSS e apresentar recomendações e critérios de escolha. Na sequência, identifica fontes de dados confiáveis que disponibilizem indicadores e variáveis dispostos em séries históricas para propor o desenho de um modelo conceitual aplicável, cuja operacionalização requer métodos e ferramentas próprios de uma abordagem sistêmica.
“Como resultado, obteve-se um modelo que compreende áreas ativas da política governamental, com foco no sistema de saúde pública municipal e estruturas socioeconômicas no nível dos municípios brasileiros. O modelo é operacionalizável e reflexível, permitindo adaptações de acordo com a disponibilidade de dados confiáveis”, informa. Ela frisa que o estudo não tem a pretensão de substituir os modelos já existentes, mas oferecer uma alternativa viável para sua aplicação, de maneira que a compreensão do seu sistema de relacionamentos pode contribuir para a formulação de estratégias para o setor de saúde pública.