“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Citando o educador Paulo Freire, o paraninfo Prof. Me. Benedito Manoel do Nascimento resumiu, em um discurso emocionado, toda a essência da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), materializada no ato solene de colação de grau. Ele mesmo, como lembrou, é exemplo dessa transformação que a Universidade proporciona aos mais diversos estudantes, sobretudo no interior do Estado.
Assim como ele, 51 concluintes do curso de Ciências Contábeis, Pedagogia, Letras e Matemática do Campus Avançado de Patu e do Núcleo de Educação Superior de Alexandria celebraram na noite desta quinta-feira, 8, o fechamento de um ciclo, que marca um longo processo de mudanças e abre as portas para tantas outras. A emoção dos formandos ao segurar o diploma de graduado representa a satisfação de concluir o ensino superior e os anseios de desbravar novos horizontes.
O estudante Thadeu Cortez de Paiva, orador da turma, enalteceu que para os graduandos presentes é de suma importância terem na região uma universidade pública, gratuita e de qualidade. Nas palavras do orador, ratificadas pelo discurso do paraninfo, “se não fosse a universidade gratuita muitos dos presentes na assembleia não teriam condições de cursar o ensino superior”.
De fato, o graduado Germando da Silva, do curso de Matemática, é um dos tantos exemplos de estudantes que somente puderam ter acesso ao ensino superior devido a Universidade pública. Integrante de uma família com seis filhos, ele é o primeiro do seu núcleo familiar a conquistar o título de graduado.
“Eu sou de Catolé do Rocha/PB e todos os dias viajava à noite para poder dar continuidade ao curso. Foi muito difícil, por muitas vezes pensei em desistir. Mas, graças ao apoio da família e amigos, hoje estou aqui”, comemora. A sua mãe Maria de Fátima, que criou seis filhos sozinha, lembra com orgulho de todas as dificuldades que a família teve que superar para a conquista desse momento. “Não dormia enquanto ele não chegava. Foi muita dificuldade para ele poder estudar, era pedindo ajuda a um e a outro. Estou muito feliz porque ele terminou o curso”, diz.
Sob aplausos e manifestações da assembleia, o intitulado como “guerreiro”, Germando da Silva recebeu o diploma de graduação. Agora, ele já pensa em outras conquistas. “Superei muitas dificuldades para chegar até aqui. Quero ser professor de matemática, continuar estudando, fazer mestrado e doutorado”, declara.
A vice-reitora Fátima Raquel Rosado Morais destaca a emoção de celebrar mais uma colação de grau. “Cada ato solene de colação representa a conquista de cada um de vocês, representa um novo horizonte. Para nós, é momento ímpar. Estamos transformando vidas. Estamos cumprindo o papel de manter uma Universidade pública, gratuita e de muita qualidade”, finaliza.