Coordenador da I Semana Jurídica do Campus de Natal avalia o evento como um grande sucesso

O curso de Direito realizou a I Semana Jurídica do Campus de Natal, de 24 a 26 de abril. O evento envolveu alunos e professores e apresentou resultados e atividades desenvolvidas em ensino, pesquisa e extensão, na graduação e pós-graduação. O Prof. Dr. Rogério Alcoforado, organizador e coordenador da Semana, junto com a Profª. Ms. Aurélia Queiroga, fez uma avaliação dessa primeira edição.

Qual a importância do curso de Direito ter realizado sua I Semana Jurídica?

É essencial que dentro do âmbito de uma Instituição de Ensino Superior (IES) a produção do conhecimento científico e a sua democratização sejam ao mesmo tempo o fundamento e a finalidade maior dos cursos que se pretendem sérios. É nesse sentido que nosso curso de Direito do Campus de Natal (CaN) entende a importância desse evento. Não pode haver democratização e produção do conhecimento se não houver estímulo, engajamento e consciência de todos que constroem a realidade acadêmica dentro da Universidade, numa dinâmica integrada entre teoria e prática, bem como entre discentes, docentes e comunidade.

Como surgiu a ideia do evento?

A ideia de se fazer uma “Semana Jurídica” não é nova; sempre se discutia e se problematizava dentro do Departamento de Direito e de seu colegiado sobre a necessidade de um evento dessa natureza. Contudo, nunca se havia chegado efetivamente em um formato acabado possível de ser apresentado. Com nossa experiência à frente da coordenação da proposta de Mestrado do Curso em 2017, do Núcleo Docente Estruturante, nos últimos dois anos, e da Pós-Graduação em Direito Previdenciário, foi possível amadurecer as reais necessidades e objetivos de um evento dessa natureza. Foi assim que no mês de fevereiro elaborei o esqueleto do evento, levando em consideração tudo que considerava relevante para que o evento se caracterizasse efetivamente como um evento amplo, diversificado e que fizesse sentido chamá-lo de “Semana Jurídica” do curso de Direito do CaN. Com isso, convidei a professora Aurélia, em março, para colaborar conosco na organização.

Rogério Alcoforado, coordenador da I Semana Jurídica do Campus de Natal

E como surgiu a ideia de fazer o “Simpósio Interinstitucional sobre Direito do Trabalho” e “Workshop da pós-graduação” como um evento satélite no Instituto Kennedy? O que isso acrescentou à Semana Jurídica?

Para entender essa inserção é preciso compreender que o evento foi pensado de uma forma que contemplasse tudo aquilo que o nosso curso desenvolve. Esse foi um ponto de inflexão na concepção da Semana Jurídica. Não fazia sentido para mim organizar um evento dessa natureza se não fosse possível explorar as dimensões do ensino, da pesquisa, da extensão e também da pós-graduação; era necessário que o evento oferecesse visibilidade ao que se realiza nas mais variadas dimensões da vivência acadêmica do curso. Foi nesse sentido que o evento satélite no Instituto Kennedy se justificou. É lá que conduzimos nosso único curso de Especialização atualmente ativo, em Direito Previdenciário – eles nos cedem o espaço físico para que possamos conduzir as aulas lá. Por isso, foi muito importante introduzir dentro do evento “guarda-chuva” essa atividade satélite, que pudesse prestigiar nossos alunos da pós-graduação e ao mesmo tempo os professores e funcionários do Instituto, numa autêntica dinâmica integrada, a qual chamamos de “Simpósio Interinstitucional sobre Direito do Trabalho” e “Workshop da pós-graduação”. Além de não deixar de fora do evento nossos alunos do Curso de Especialização achamos muito justo oferecer essa singela retribuição ao Instituto pela colaboração e parceria, que acreditamos ter vindo para ficar.

Qual o principal ganho dos estudantes com esse evento?

Os ganhos são inúmeros. Primeiramente, os alunos puderam desfrutar de uma ampla programação, que evidenciou efetivamente o que caracteriza o curso em sua totalidade. Passaram a entender melhor o que caracteriza o tripé fundamental da Universidade. Por um lado, tiveram a possibilidade de se engajar em atividades de ensino; por outro, passaram a conhecer todos os projetos de extensão e de pesquisa atualmente ativos no âmbito do curso. Além disso, foi possível participarem de debates e assistirem palestras de alto nível acadêmico, realizadas por professores da casa em associação com professores externos de destaque. E, por fim, foram motivados a se engajar aos vários projetos, bem como provocados à reflexão sobre ética, respeito, comprometimento e responsabilidade dentro da Universidade e em suas vidas de uma forma geral.

Fale mais sobre o que foi apresentado durante o evento?

Como já dito, o evento tentou apresentar a maior quantidade possível de atividades e produções realizadas no âmbito do curso de Direito. Tivemos atividades ligadas ao ensino, como os minicursos sobre licenciamento ambiental, direito sanitário e direitos trabalhistas e os seminários temáticos sobre a luta por direitos, incorporando a discussão sobre os movimentos sociais em quatro momentos (Movimento Negro, Movimento Feminista, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e o Movimento LGBT), que foram realizadas dentro da disciplina de Sociologia Geral com os alunos do 1º período. Um júri simulado, realizado pelos alunos do 2º período, no âmbito da disciplina de Filosofia do Direito. Atividades ligadas à extensão e à pesquisa, como os ‘workshops’ que envolveram divulgação dos temas e das metodologias de cada projeto e fomentaram rodas de conversa sobre cada um deles. Tivemos também as atividades maiores, como palestras, debates e mesas-redondas, vinculadas ao projeto de extensão que coordeno (IV Encontro Interdisciplinar) e ao da professora Aurélia (XV Sessão do Cine Hevo). Houve ainda um momento reservado ao Centro Acadêmico do curso e um dia de atividades vinculadas à pós-graduação. No último dia, tivemos o lançamento de dois livros, que foram organizados no âmbito da confecção do Projeto de Mestrado Profissional em Direito no ano de 2017, com a participação de mais de 10 professores autores do nosso curso e finalizamos com a palestra do professor David Leite, nosso pró-reitor (PROGEP), que falou sobre ‘accountabillity’ virtual.

Qual avaliação o senhor faz da I Semana Jurídica do Campus de Natal?

A avaliação é a melhor possível. Conseguir tirar do papel e concretizar um evento sonhado há tanto tempo, estabelecendo uma relação dinâmica entre teoria e prática e catalisar o engajamento significativo de quase a totalidade dos discentes foi fantástico. Dentre tudo que foi significativo, podemos destacar a participação direta dos alunos do curso de Direito do 1º e 2º períodos, que, mesmo não estando vinculados a projetos de pesquisa e/ou extensão, puderam ter uma primeira experiência de iniciação científica com comunicações orais diretas dentro do evento. Um outro ponto de destaque foi o envolvimento dos alunos do Centro Acadêmico do curso e dos alunos extensionistas do projeto “Debate, Café e Cinema”, que, como voluntários, deram todo o apoio necessário à logística operacional dos três dias de evento. Não poderíamos deixar de frisar que, para que fosse possível tal evento, muitos contribuíram, como a direção do Campus, a coordenação do curso de Direito, o setor de eventos do CCUERN, a EdUCA, o setor de mídia, que elaborou artes belíssimas e toda a identidade visual, bem como documentou as atividades realizadas, professores do curso de Direito, o setor de comunicação social e assessoria de imprensa do CaN-UERN e o Instituto Kennedy. Todo esse empenho, dedicação e envolvimento, certamente, resultou em um evento lindo. Tivemos um ótimo ‘feedback’ de todos, além de ter gerado uma visibilidade importante para o Campus de Natal.

Já está confirmada a realização da II Semana Jurídica do CaN?

Ainda não temos data marcada; apenas a certeza do sucesso da primeira edição e a vontade de torná-la um evento oficial e anual do calendário acadêmico do curso de Direito e do CaN. O extrato positivo transcende a mera técnica científico-acadêmica, na medida em que o cuidado com a integração temática interdisciplinar, um traço da política pedagógica de nosso curso, possibilita que germine uma cultura do respeito, da cordialidade e da empatia; e, para que isso brote e gere frutos, deve necessariamente se inserir em um projeto contínuo e que, cada vez mais, agregue a maior quantidade de membros e colaboradores. É o que desejo sinceramente. Precisamos unir forças.

Quais foram os aprendizados retirados dessa primeira edição?

Diversos foram os aprendizados. Mas, permitindo-me uma licença poética, uma vez que já falamos dos aspectos técnicos e operacionais do evento, eu diria que o aspecto mais importante a ser levado em consideração é a relação entre acesso, oportunidade e transformação. Foram três dias intensos, cansativos, mas muito realizadores. Dias cheios de envolvimento dos alunos, razão maior de minha vocação docente. Cada vez que vislumbro gente em transformação, alunos absorvendo novas experiências e conhecimentos que os tocam de alguma forma, renovo minha veia pedagógica e minha esperança. Vejo luz, vejo sopro cintilante de possibilidades rasgando tecidos transparentes – é vida nova, é natalidade emergente, é uma inflexão no Ser, é um ponto de mutação. Obrigado, a todos vocês queridos alunos; obrigado, por me alimentarem de esperança na resistência necessária!