Na tarde deste domingo, 19 de novembro, 17 entidades culturais se reuniram na Reitoria para manifestar apoio a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
O reitor Pedro Fernandes Ribeiro Neto agradeceu a mobilização das entidades. “A presença das academias reforça a importância da nossa universidade enquanto instrumento que transformou a vida de todo mundo”, frisou.
Ele lembrou que na solenidade da Academia de Ciências Jurídicas e Sociais na última sexta-feira,17, praticamente todos os homenageados eram formados na UERN, destacou a presença da universidade entre as dez instituições que mais aprovam no exame da OAB. “Tudo isso reforça o quanto o nosso ensino é de excelência”, avaliou.
Na sequência o reitor reafirmou o apoio aos professores que se encontram acampados em frente à Governadoria. “Quando começou a atrasar o salário a gente se indignava, mas o salário era pago no dia 5, depois no dia 10, no dia 20 e agora a gente não sabe nem quando vai receber. Mas ao mesmo tempo a universidade não pode parar, temos que colocar as notas e realizar as matrículas. Agora temos a luta legítima dos professores pelo salário em dia. Quero manifestar toda a nossa solidariedade e todo o nosso apoio aqueles colegas que estão acampados na governadoria lutando pela dignidade de receber os salários em dia”, destacou.
O presidente da Academia de Ciências Jurídicas e Sociais (ACJUS) Wellington Barreto, que também estava representando a Sub-seccional de Mossoró da OAB, foi um dos articuladores do movimento. Ele destacou que todos estão unidos por uma única bandeira que é a defesa da UERN. Ele disse que a ACEJUS tem tido um comportamento proativo em relação a greve. “Quando nossa entidade tomou essa inciativa foi em um gesto em defesa e reconhecimento da nossa universidade”, lembrou.
O escritor Helder Heronildes, ex-reitor da UERN e membro da Academia Mossoroense de Letras (AMOL), disse ter vivido muitos momentos importantes da história da universidade. “Vivi tempos de dificuldades muito maiores em um momento em que a universidade estava crescendo, fruto da audácia do povo de Mossoró”, disse o ex-reitor que defendeu a unidade da instituição. “A nossa UERN é irreversível e intocável. Contem com meu apoio”, acrescentou.
O vereador Francisco Carlos, que também é professor da UERN, afirmou vislumbrar uma grande mobilização em defesa da universidade a partir da iniciativa deste domingo. “Fico muito feliz com a presença das entidades culturais que representam um segmento importante do Rio Grande do Norte. É possível que muitas vozes se manifestem para que o Governo do Estado entenda que não se trata de uma instituição isolada, mas que tem muitos pais, mães, filhos e filhas”, analisou.
Falando em nome da Associação dos Docentes da UERN (ADUERN) e da Academia de Letras e Artes de Martins (ALAM), a professora Taniamá Vieira da Silva Barreto destacou a competência técnica e cientifica da UERN. “Em nome desse compromisso e do convênio de cooperação técnico-científica que o senhor reitor assinou com essas entidades que estamos aqui”, declarou.
O presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP) Benedito Vasconcelos. que também é idealizador do Museu do Sertão, defendeu a UERN por sua importância no interior do Estado. “Gostaria de externar a minha satisfação de ver aqui nascer um movimento das elites culturais, das letras e da universidade em defesa dessa universidade que é fundamental. Espero que a partir desse momento o governador trate a UERN com o respeito que ela merece”, declarou.
A escritora Ângela Gurgel da Academia Feminina de Letras e Artes (AFLAM) lembrou que a sua entidade foi a primeira instituição a redigir moção de apoio a UERN no ano passado. “A UERN pertence a todas as Marias e Josés do nosso Estado porque lá estuda o filho do doutor e do agricultor e o governador não pode desrespeitar uma universidade com essas características”, declarou.
Ao final da reunião o reitor Pedro Fernandes criticou o discurso de quem declara que o Governo não deve manter a UERN por não ser obrigação dos Estados. “Sugiro que essas pessoas revisitem a Constituição para ver que não há nada que impeça que os Estados tenham universidade. Inclusive, a maior universidade do país é estadual (USP) e as melhores escolas de ensino médios são federais (IFs)”, frisou.
Logo em seguida, o reitor lamentou que existam pessoas que atacam a UERN afirmando que ela é cara para o Estado. “O repasse mensal da saúde é de 120 milhões por mês e o da universidade, bruto, incluindo a folha, é de 20 milhões. Como alguém dizer que 2,7% do orçamento geral é culpa de tudo de ruim que acontece de ruim no Estado? Nós somos apenas 10% do orçamento da educação. Será que não é uma das metas da educação formar professores para suas salas de aula?”, questionou.
Também manifestaram apoio a Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Norte (AMLERN), Academia Patuense de Letras e Artes (APLA), Frente Integrada das Associações Comunitárias do Município de Mossoró (FIACMN), Federação dos Conselhos Comunitários e Entidades Beneficentes do Rio Grande do Norte (FECEB), Federação das Academias de Letras Jurídicas do Brasil (FALE JUB), Subseccional de Mossoró da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação dos Escritores de Mossoró (ASCRIM), Academia Mossoroense de Literatura de Cordel (ACMLC), Comissão Municipal de Folclore (CONFOC) e Academia Mossoroense de Artistas Plásticos (AMARP).