Durante a programação comemorativa dos 40 anos do Campus Avançado Maria Elisa Albuquerque Maia (CAMEAM) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), em Pau dos Ferros, celebrado na última semana, o chefe da unidade do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) no Rio Grande do Norte, José Aldemir Freire, apresentou um estudo que ressalta o papel do Campus na transformação socioeconômica da região. Os dados mostram a evolução de Pau dos Ferros e municípios circunvizinhos nas últimas quatro décadas em decorrência da instalação de um campus universitário.
Uma das transformações mais perceptíveis diz respeito ao percentual de pessoas com curso de graduação. Na década de 1970, somente 0,4% da população da região com mais de 25 anos possuía curso superior. No último levantamento do IBGE, em 2010, esse percentual cresceu para 5,3%.
Essa evolução colocou Pau dos Ferros no ranking entre os 10 municípios norte-rio-grandense com maior percentual de pessoas acima de 25 anos com curso superior em 2010. Hoje, a princesinha do Oeste ocupa a quarta posição, ficando atrás somente de cidades de grande porte: Parnamirim, Natal e Mossoró.
Conforme o estudo de José Aldemir Freire, o aumento no percentual de pessoas com graduação reflete em demais setores da economia. Para se ter uma ideia, segundo dados do IBGE, a taxa de desempregados entre cidadãos com curso superior é de 9,4%, enquanto que na população com menor instrução essa taxa é de 15,6%.
A instalação do Campus universitário em Pau dos Ferros teve impacto direto na economia. Na década de 1970, as atividades agropecuárias eram a base da economia paudosferrense, em especial a produção do algodão. O setor público pouco tinha influência na época, representando apenas 7% no PIB regional. Com a universidade, o setor público passou a ter importante papel na economia, chegando a representar 43% do PIB da região no ano de 2014.
O CAMEAM teve ainda importante papel para o desenvolvimento social do município. Em 40 anos, a taxa de analfabetismo na região caiu quase pela metade, de 48% na década de 1970 para 25% em 2010.
O estudo apontou ainda os principal desafios a serem superados pela região para as próximas décadas. Os principais deles estão a redução da taxa de analfabetismo e a ampliação do ensino superior. “Vale ressaltar que estes são desafios da região, que não podem ser equacionados pelo CAMEAM, embora ele seja um dos autores das soluções”, enfatiza.